45Rev. Interam. Bibliot. Medellín (Colombia) Vol. 42, número 1/enero-abril 2019 pp. 45-55 ISSN 0120-0976 / ISSN (en línea) 2538-9866
Cibele Roberta Sugahara
Doutora em Ciência da Informação,
Universidade de São Paulo-Brasil.
Professora e pesquisadora do Programa
de Mestrado em Sustentabilidade,
Pontifícia Universidade Católica de
Campinas. Campinas/SP – Brasil.
cibelesu@puc- campinas.edu.br
orcid.org/0000-0002-3481-8914
Cómo citar este artículo: Sugahara, C. R. (2019). Fluxo de Informação em ambiente
organizacional. Revista Interamericana de Bibliotecología, 42(1), 45-55. doi: 10.17533/udea.
rib.v42n1a05
Recibido: 2017-05-12 / Aceptado: 2018-08-27
Resumo
A questão da troca de informação em ambiente organizacional ocupa o contexto de
discussão central desse artigo, ao considerar a importância do fluxo de informação
para a construção de conhecimentos individual e coletivo. Discorre-se sobre o
comportamento da informação em ambiente organizacional e a importância do
fluxo de informação para partilhar as informações de modo efetivo bem como sobre
a contribuição que a Ciência da Informação pode oferecer nesse sentido. O objetivo
desse artigo é discorrer sobre a importância da troca de informação para que os fluxos
de informação formais (estruturados) e informais (não-estruturados) sejam efetivados
no ambiente organizacional. O compartilhamento da informação está estreitamente
relacionado com o seu contexto, e isso é determinante para que ocorram as trocas
de informação e efetivação dos fluxos de informação no ambiente organizacional. O
conhecimento por seus atributos: coletivo, subjetivo, elemento de transformação da
informação, entre outros, representa potencialidade de expressão de forma explícita
e tácita nem sempre passível de difusão mesmo entre atores e/ou pessoas inseridas
em um ambiente em rede. No espaço em rede, por exemplo, as relações são tecidas
à medida que se compartilha informação e conhecimento oriundos de práticas e
vivências do grupo. A troca de informação e conhecimento tácito pode ser considerada
a condição necessária para conceber maior significância aos fluxos de informação.
Palavras-chave: informação, fluxo de informação, compartilhamento de informação e
conhecimento.
Fluxo de Informação em ambiente organizacional *
* O presente artigo é resultado da pesquisa “Fluxos de Informação em Rede: dinâmica e inte-
ração”. A pesquisadora está vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Sustentabilidade
da Pontifícia Universidade Católica de Campinas-SP/Brasil, Rodovia Dom Pedro I, km 136
- Parque das Universidades Campinas/SP Brasil.
46Rev. Interam. Bibliot. Medellín (Colombia) Vol. 42, número 1/enero-abril 2019 pp. 45-55 ISSN 0120-0976/ISSN (en línea) 25389866
[Cibele Roberta Sugahara]
Flow of Information and
knowledge in an Organizational
Environment
Abstract
The issue of the exchange of information in an organizational
environment occupies the context of the central discussion
of this article, when considering the importance of the flow of
information for the construction of individual and collective
knowledge. We discuss the behavior of information in an
organizational environment and the importance of the flow
of information to share information in an effective way as
well as on the contribution that Information Science can
offer in this sense. The purpose of this article is to discuss
the importance of information exchange so that formal
(structured) and informal (unstructured) information
flows become effective in the organizational environment.
The sharing of information is closely related to its context,
and this is decisive for the exchange of information and
effectiveness of information flows in the organizational
environment. Knowledge by its attributes: collective,
subjective, element of information transformation, among
others, represents explicit and tacit expression potentiality
not always diffusible even among actors and/or people
inserted in a networked environment. In network space,
for example, relationships are woven as information and
knowledge are shared from practices and experiences of the
group. The exchange of information and tacit knowledge can
be considered the necessary condition to conceive greater
significance to the information flows.
Keywords: Information, information flow, information and
knowledge sharing.
Flujo de información y
conocimiento en el entorno
organizacional
En este artículo se discute la cuestión del intercambio de
información entorno a la organización. En la fundamen-
tación conceptual se considera la importancia del flujo de
información para la construcción de conocimiento indivi-
dual y colectivo, que habla sobre el comportamiento de la
información en el entorno de la organización; la importan-
cia del flujo de información para compartir información de
manera eficaz, y la contribución que la ciencia de la infor-
mación puede ofrecer en este sentido. El objetivo de este
artículo es discurrir sobre la importancia del intercambio
de información para que los flujos de información forma-
les (estructurados) e informales (no estructurados) sean
efectivos en el ambiente organizacional. El compartir la in-
formación está estrechamente relacionado con su contexto,
y eso es determinante para que ocurran los intercambios de
información y efectividad de los flujos de información en el
ambiente organizacional. El conocimiento por sus atributos:
colectivo, subjetivo, elemento de transformación de la infor-
mación, entre otros, representa potencialidad de expresión
de forma explícita y tácita no siempre pasible de difusión, in-
cluso entre actores o personas insertadas en un ambiente en
red. En el espacio en red, por ejemplo, las relaciones se tejen
a medida que se comparte información y conocimiento que
provienen de prácticas y vivencias del grupo. El intercambio
de información y conocimiento tácito puede ser considerado
la condición necesaria para concebir mayor significancia a
los flujos de información.
Palabras clave: información, flujo de información, intercambio
de información y conocimiento.
1. Introdução
O ambiente organizacional é composto por dados, in-
formação e conhecimento que podem ou não atender
as necessidades informacionais dos sujeitos organi-
zacionais que compõem os níveis estratégico, tático e
operacional. Para tanto, é necessário gerenciar os fluxos
que subsidiam a tomada de decisão e os processos es-
tratégicos, agregando valor à informação gerada tanto
internamente quanto externamente (Valentim, 2010).
No âmbito da Ciência da Informação, estudos sobre
fluxo de informação apresentados entre outros auto-
res, por Tomaél, Alcará e Chiara (2005) que evidenciam
a importância do compartilhamento de informações
para a construção de conhecimento entre integrantes
do ambiente em rede. O estudo de Valentim e Souza
(2013) ressalta que os fluxos de informação em ambien-
te organizacional subsidiam o processo de inteligência
competitiva organizacional por serem insumos para a
tomada de decisão.
Em estudo sobre a dinâmica da informação em rede
como forma de interação entre as pessoas para a troca
47Rev. Interam. Bibliot. Medellín (Colombia) Vol. 42, número 1/enero-abril 2019 pp. 45-55 ISSN 0120-0976/ISSN (en línea) 25389866
[Fluxo de Informação em ambiente organizacional]
de informação,1 Sugahara e Vergueiro (2011) ressaltam
que tão importante quanto a ter informação é a capa-
cidade de percepção da informação pelos indivíduos,
pois esta percepção pode tanto impulsionar os fluxos
existentes quanto propiciar o desenvolvimento de no-
vos fluxos em uma rede. Estas são as razões pelas quais
a organização em rede é uma importante fonte geradora
de vantagens competitivas duradouras, principalmente
quando construídas a partir das capacidades produti-
vas e inovativas.
A questão da troca de informação em ambiente organi-
zacional ocupa o contexto de discussão central desse
artigo, ao considerar a importância do fluxo de infor-
mação para a construção de conhecimentos individual
e coletivo. Neste artigo discorre-se sobre o comporta-
mento da informação em ambiente organizacional e a
importância do fluxo de informação para partilhar as
informações de modo efetivo, bem como sobre a con-
tribuição que a Ciência da Informação pode oferecer
nesse sentido. O objetivo desse artigo é discorrer sobre
a importância da troca de informação para que os flu-
xos de informação formais (estruturados) e informais
(não-estruturados) sejam efetivados no ambiente orga-
nizacional.
2. Comportamento informacional
Capurro e Hjørland (2007) destacam que “não é a
informação compartilhada, mas a interpretação com-
partilhada, que mantém as pessoas unidas” (p. 174).
Parece haver uma tendência no entendimento de que a
relação homem-tecnologia ainda não está resolvida na
Ciência da Informação. Nesse sentido, Saracevic (1996,
pp. 55-57) afirma que, apesar de décadas de experiência
com diversas soluções tecnológicas para acessar e utili-
zar a informação, ainda há pouco conhecimento sobre
os aspectos humanos (social, institucional, individual)
e comportamentais relacionados com o conhecimento e
a informação.
Nas concepções de Saracevic (1996) é cada vez mais
evidente na Ciência da Informação a busca de equilíbrio
1 Parte desse artigo faz parte da pesquisa intitulada “Fluxos de in-
formação em rede: dinâmica e interação, do doutorado em Ciên-
cia da Informação”, Universidade de São Paulo Brasil, USP, São
Paulo – Brasil.
na relação homem-tecnologia, desde que os problemas
sejam enfocados em termos humanos e não tecnoló-
gicos. Logo, questiona “até que ponto as aplicações
tecnológicas permitem, realmente, o eficiente acesso à
informação e à comunicação dos amplos estoques dis-
poníveis de conhecimento” (Saracevic, 1996, pp. 55-57).
A informação pode ser entendida como algo de impor-
tância na resposta a uma questão, e, na prática, pode
ser definida “em relação às necessidades dos grupos
alvo servidos pelos especialistas em informação, não
de modo universal ou individualista, mas, em vez disso
de modo coletivo ou particular” (Capurro & Hjørland,
2007, p. 187).
Em relação à informação em ambientes organizacio-
nais, Valentim (2008) destaca que nesses ambientes a
informação “não é óbvia, não é transparente, não é com-
preendida por todos os sujeitos que nela atuam” (p. 20).
Diante dessa afirmação, pode-se dizer que o critério de
definição do que é informação para o sujeito se realiza
por meio de um processo individual e subjetivo, sofren-
do influência do ambiente no qual ele se insere.
Em se tratando da informação em ambientes organiza-
cionais, Tarapanoff (2006, p. 23) ressalta a importância
da informação na melhoria de processos, produtos e
serviços, destacando seu valor estratégico. Segundo a
autora, a concepção da informação como recurso es-
tratégico evoluiu depois da mudança da Gestão da
Informação, que ampliou seu foco inicial de gestão de
documentos e dados, para recursos informacionais, des-
tacando resultados em relação à eficiência operacional,
evitando desperdício e automatizando processos. Essa
abordagem se espalhou por grandes corporações pri-
vadas, que passaram a instituir uma estrutura formal,
muitas vezes ligada a área estratégica da organização
para zelar dos recursos informacionais.
Neste contexto, Cavalcante e Valentim (2008, p. 120)
esclarecem que o termo comportamento informacional
é conhecido na literatura especializada em língua in-
glesa por informational behavior. Os autores afirmam que,
na literatura nacional, o comportamento informacional
está associado a todas as atitudes em relação a infor-
mação, quais sejam: busca, recuperação, filtragem, uso
e disseminação.
48Rev. Interam. Bibliot. Medellín (Colombia) Vol. 42, número 1/enero-abril 2019 pp. 45-55 ISSN 0120-0976/ISSN (en línea) 25389866
[Cibele Roberta Sugahara]
Nos estudos da Ciência da Informação percebe-se que
o comportamento informacional relaciona-se com ati-
vidades que envolvem as necessidades de sujeitos e de
como esses buscam, usam e transferem a informação em
diferentes contextos. O termo comportamento infor-
macional abrange as noções identificadas nos estudos
sobre usuários de informação (Gasque & Costa, 2010).
Segundo Davenport e Prusak (1998) o comportamen-
to informacional é considerado como sendo o modo
dos indivíduos tratarem a informação, considerando
os processos de busca, uso, alteração, troca e acúmu-
lo. Tendo em vista a importância do compartilhamento
da informação para o fluxo de informação, Davenport
e Prusak esclarecem que o compartilhamento de infor-
mações, como um tipo de comportamento que precisa
ser gerenciado, possibilita que os fluxos de informação,
formais e informais, sejam efetivados entre setores e de-
partamentos, valorizando os fluxos horizontais entre
os indivíduos; situação que parece intensificar as trocas
de informação (Davenport & Prusak, 1998, p. 116).
Para Davenport e Prusak (1998) o comportamento in-
formacional precisa ser gerenciado para que os fluxos
de informação, formais e informais, sejam efetivados
entre setores e departamentos, além de valorizar fluxos
horizontais entre os indivíduos e potencializar as tro-
cas de informação (Davenport & Prusak, 1998, p. 116).
O compartilhamento de informações está estreitamente
relacionado com o seu contexto, fator esse determinante
para que ocorram as trocas informacionais individuais
e coletivas em ambientes sociais, e nesse sentido os au-
tores afirmam que para administrar a comunicação ou
partilhar as informações de modo efetivo, os respon-
sáveis precisam definir como os funcionários devem
decidir que tipo de informações compartilhar e com
quem fazê-lo. Os gestores não apenas devem apresen-
tar o comportamento correto, mas também remover as
barreiras organizacionais para a troca de conhecimen-
tos – sejam eles políticos, emocionais ou tecnológicos
(Davenport & Prusak, 1998, pp. 118-119).
Gasque e Costa (2010) ao apresentar a evolução te-
órico-metodológica dos estudos de comportamento
informacional de usuários relatam que o comportamen-
to informacional é um processo natural do ser humano
e requer visão ampla do pesquisador. O comportamen-
to informacional requer o entendimento das relações
estabelecidas em determinado espaço-tempo em que se
dão as ações de busca, uso e transferência de informa-
ção. Os indivíduos se inserem nessas ações quando têm
necessidade de informação.
As questões que envolvem a busca de informação para
aquisição de novos conhecimentos é relatada por Choo
(2006), ao esclarecer que essa “precisa ser ampla e es-
treita ao mesmo tempo” (p. 238). Sob esse ponto de
vista, desenvolve seus argumentos relatando que, em
geral, a busca de informação inicia- se a partir de uma
sondagem ou partilha de informações promovendo co-
nexões com fontes de informação interna e externa à
organização. Isso pode levar a identificação do “nível
de desenvolvimento de uma área, entender o alcance de
possibilidades e identificar novas oportunidades ou ne-
cessidades do mercado.” (Choo, 2006, p. 238).
Choo (2006) também enfatiza que, durante a constru-
ção do conhecimento, portanto, a busca de informação
caracteriza-se por uma intensa pesquisa e partilha de
informações e pelo uso de canais de informação que tra-
zem experiências de fora do grupo ou da organização.
O autor alerta para as dificuldades que podem ocorrer
no momento da sondagem e focalização da informação,
principalmente no que se refere à encontrar fontes e
transferir informações de fora do grupo ou da organi-
zação e reter e tornar explícito o conhecimento tácito
das pessoas.
Choo (2006) acrescenta, ainda, que os indivíduos de
podem ter papéis catalisadores em relação ao movi-
mento e a assimilação da informação que extrapolam a
periferia da organização. Allen (1977) citado por Choo
(2006) relata que em organizações científicas e de en-
genharia, a informação do mundo exterior não entra
diretamente na empresa. Em vez disso, o fluxo de in-
formação é indireto e se faz em dois ou mais estágios.
A informação externa passa por monitores tecnológi-
cos, que lêem mais, inclusive jornais especializados em
pesquisas, e têm muitos contatos pessoais dentro e fora
da organização, que mantêm informal, mas continua-
mente. São os monitores tecnológicos que mantêm seus
colegas informados e que são frequentemente consulta-
dos sobre o que está ocorrendo no exterior (Allen, 1977
apud Choo, 2006, p. 238).
49Rev. Interam. Bibliot. Medellín (Colombia) Vol. 42, número 1/enero-abril 2019 pp. 45-55 ISSN 0120-0976/ISSN (en línea) 25389866
[Fluxo de Informação em ambiente organizacional]
A importância do compartilhamento de informação
em espaços sociais parece ser um consenso. Porém
deve-se atentar para a redundância da informação. Se-
gundo Choo (2006), “a informação nova pode ampliar
o conhecimento, mas pode não corresponder à atu-
al estrutura cognitiva do indivíduo, exigindo que ele
reconstrua significado e significância.” (p. 241). Não
obstante, o autor alerta, por um lado, para o excesso
de informações redundantes que pode levar ao tédio e,
por outro, a que o excesso de informações novas pode
causar ansiedade. De modo mais específico, dir-se-ia
que a condição humana para interação e compartilha-
mento de informação e conhecimento sofre influência
de diferentes contextos, ambientes, setores e culturas
dos ambientes organizacionais. Por isso, há sempre a
preocupação com as interações pré-construídas, enal-
tecidas pelo contexto de proximidade e distanciamento
entre os atores. Em um estudo acerca das dimensões
espaciais e socionstitucionais de processos de geração
e compartilhamento de conhecimentos e, em especial,
dos conhecimentos tácitos, Albagli e Maciel (2004)
relatam que a difusão e o compartilhamento de informa-
ções e conhecimentos necessitam que os atores estejam
conectados, que haja canais ou mecanismos de comu-
nicação que levem aos vários fluxos de conhecimento
e aprendizado interativo. Para as autoras, as interações
locais podem envolver os seguintes atores: a) agentes
econômicos (clientes, parceiros e competidores; forne-
cedores de insumos, componentes, ou equipamentos;
fornecedores de serviços técnicos; matriz ou filial); b)
agentes de conhecimento (consultores; universidades
e institutos de pesquisa); c) agentes de regulação (go-
vernos em seus vários níveis); d) demais atores sociais
(sindicatos, associações empresariais, organizações de
suporte, organizações do chamado “Terceiro Setor”, en-
tre outros) (Albagli & Maciel, 2004, pp. 9-10).
Com intuito de melhor compreender como ocorre o
compartilhamento de informação e conhecimento, é im-
portante realizar um mapeamento sobre as interações
entre atores internos ao ambiente que se está inserido
e desses com os atores externos. Tal mapeamento pode
indicar a existência de relações de competição, conflito,
confiança e parceria em níveis diferenciados (Albagli &
Maciel, 2004).
Albagli e Maciel (2004) defendem a ideia das interações
sofrerem influência de aspetos relacionados ao numero
e aos tipos de atores envolvidos; motivações e objetivos;
procedimentos e mecanismos; frequência, intensidade
e duração, problemas e dificuldades das interações.To-
dos esses elementos possibilitam pensar os aspectos
que influenciam a escolha do parceiro ou interlocutor
para interação em espaços organizacionais, interação,
nessa abordagem, pressupõe: “confiança, reputação,
qualificação (conhecimento técnico), proximidade,
identidade e estabilidade institucional ou financeira”
(Albagli & Maciel, 2004, p. 14). Assim, pode-se dizer
que o comportamento informacional, no sentido de tro-
ca de informação em espaços sociais, implica em tatear
aspectos que despertam o sentimento de pertencimen-
to entre os integrantes de distintos espaços sociais.
Sob esse prisma, as autoras afirmam que “problemas e
obstáculos à interação e, particularmente, à cooperação
remetem, em grande parte, à dimensão institucional
(em sentido amplo) e ao papel do capital social.” (Alba-
gli & Maciel, 2004, p. 14).
As interações locais orientam a construção do conheci-
mento coletivo. Segundo as autoras, esse conhecimento,
embora tenha a pretensão de servir de fonte de dinamis-
mo para o ambiente organizacional por ser diferenciado
e desigualmente distribuído, nem sempre se estabelece
dessa forma. Esse conhecimento coletivo não corres-
ponde tão somente ao acúmulo de conhecimentos de
indivíduos e organizações; é mais do que isso: “resulta
das sinergias geradas a partir dos vários tipos de in-
teração; e altera-se inclusive na sua interseção com a
circulação globalizada de informação e conhecimento”
(Albagli & Maciel, 2004, p.11).
3. Aspectos sobre Fluxo de informação e
difusão de conhecimento
Os objetos do mundo não estão dados de antemão, nem
são recortados por suas leis intrínsecas – mas constitu-
ídos e dispostos pelo olhar e intervenção dos homens.
Assim, os meios de comunicação ou a mídia, na sua
aparente objetividade e simplicidade, não o são tanto
assim, mas se desdobram em múltiplas dimensões (téc-
nica, política, economia, consumo, vida urbana, práticas
culturais, sociabilidade etc). Parece que uma análise de
qualquer um dos aspectos da vida social deve conside-
rar os meios de comunicação e os fluxos de informação,
pois toda reflexão contemporânea dentro do
50Rev. Interam. Bibliot. Medellín (Colombia) Vol. 42, número 1/enero-abril 2019 pp. 45-55 ISSN 0120-0976/ISSN (en línea) 25389866
[Cibele Roberta Sugahara]
campo das Ciências Sociais envolve estudos da Comu-
nicação (Mattelart & Mattelart, l999).
Freire (2006) ressalta que a Ciência da Informação
como campo científico parece ter surgido a partir da
necessidade de socializar a informação científica e tec-
nológica entre grupos de cientistas e pesquisadores
tecnológicos. Nesse sentido, abrange estudos sobre
questões do processo de comunicação resultantes da
pesquisa científica e tecnológica entre pesquisadores
e as estratégias possíveis para superá-los, colaborando
para que a informação chegue em tempo hábil aos seus
usuários em unidades de pesquisa científica e laborató-
rios de pesquisa e desenvolvimento.
Na Ciência da Informação, a comunicação da informa-
ção objetiva o processo de troca de mensagens com valor
econômico, político, social e cultural, representando
a objetivação das ideias de racionalização e eficiência
predominantes na visão de mundo da sociedade indus-
trial. A efetiva comunicação dessas informações para
usuários potenciais são oportunidades de incremento
à produção de bens e serviços, que podem gerar novas
possibilidades de expansão e competitividade para as
organizações (Freire, 2006, p. 34).
São os profissionais da informação que possibilitam o
desenvolvimento das forças produtivas na sociedade
contemporânea, decorrente do papel de mediadores e
difusores de informação e conhecimento entre estoques
e usuários da informação. Esse papel se materializa
com a interação entre muitos outros canais pelos quais
a informação pode ser transferida, como os contatos
pessoais. Porém, parte do valor atribuído aos canais
pessoais de comunicação e à interação de um usuário
com uma fonte de informação importante, para a solu-
ção de um problema, depende da eficácia em superar,
ou não, as barreiras que atrapalham o processo de co-
municação da informação (Freire, 2006, p. 35).
Por outro lado, as interações em rede entre agentes
sociais e econômicos, bem como os contatos alterna-
tivos, parecem ser a força propulsora do aprendizado
interativo. Carvalho (2009, p. 154) defende que a busca
de contatos alternativos se amplia e, por esse motivo, o
papel do profissional da informação e do conhecimento
torna-se cada vez mais relevante ao permitir visibili-
dade às redes humanas. Estas são “responsáveis pelo
planejamento e organização dos recursos de informa-
ção, sendo que a disseminação da informação amplia as
suas possibilidades de atuação com o uso das tecnolo-
gias da informação e conhecimento”.
Starec (2006, p. 51) afirma que as organizações geral-
mente focam em estratégias para administrar recursos
humanos, financeiros ou operacionais, mas poucas têm
estratégias definidas para gerir o seu fluxo de informa-
ção. Dentre as barreiras da comunicação informacional
a cultura organizacional é uma barreira que impacta o
fluxo de informação. Se a cultura da organização não
respaldar o fluxo de informação proposto, isto é, se não
houver acesso e estímulo à comunicação, o fluxo de in-
formação será detido por essa barreira.
Os fluxos de informação podem ser compreendidos
como o meio em que o trinômio dado, informação e
conhecimento perpassa para chegar aos sujeitos or-
ganizacionais de uma organização e, que por sua vez,
precisam destes para efetuarem suas atividades e ações,
dentre elas a tomada de decisão (Valentim & Souza,
2013).
A finalidade pragmática do fluxo de informação é
transitar no ambiente organizacional, ou seja, efeti-
var a interação entre os sujeitos. O papel do fluxo de
informação no ambiente organizacional é visto por Va-
lentim e Souza (2013) como um meio capaz de tecer as
informações e conhecimentos que são produzidos além
de propiciar a aprendizagem que irá contribuir para a
competitividade organização no mercado.
A Gestão da Informação tem uma relação estreita com os
fluxos de informação em ambientes organizacionais, e,
por isso é importante fazer uma reflexão sobre a Gestão
da Informação e os Fluxos Informacionais estruturados
(formais) e não-estruturados (informais), assim carac-
terizados pela Ciência da Informação, buscando melhor
compressão sobre essa temática. O Tabela 1 apresenta
diferenças entre os fluxos informacionais estruturados
e fluxos informacionais não-estruturados.
Os fluxos informacionais são orientados pela comu-
nicação organizacional e são compreendidos como
resultado do processo de interação formal e informal en-
tre os setores e as pessoas de um determinado ambiente
organizacional (Valentim & Zwaretch, 2006, p. 53).
51Rev. Interam. Bibliot. Medellín (Colombia) Vol. 42, número 1/enero-abril 2019 pp. 45-55 ISSN 0120-0976/ISSN (en línea) 25389866
[Fluxo de Informação em ambiente organizacional]
Valentim (2010), ao discutir os fluxos informacionais
estruturados e fluxos informacionais não-estruturados,
enfatiza sua importância para as interações no ambien-
te organizacional. Com base nisso, ressalta que uma das
principais características dos fluxos informacionais é a
sua invisibilidade. Esses fluxos são formados a partir
do resultado de vivências e experiências individuais e
grupais dos sujeitos organizacionais, são apoiados pela
aprendizagem organizacional e pelo compartilhamento
e socialização do conhecimento entre as pessoas (Va-
lentim, 2010).
Tabela 1. Fluxos estruturados e Fluxos não-estruturados de
informação.
Fluxos
informacionais
Estruturados Não-Estruturados
Dados e informações
repetitivos.
Dados e informações
não-repetitivos.
Resultado das
atividades e tarefas
desenvolvidas
no ambiente
organizacional.
Resultado de
vivências e
experiências
individuais e
grupais dos sujeitos
organizacionais.
São apoiados
por normas e
procedimentos e
especificações claras.
São apoiados pela
aprendizagem
organizacional e pelo
compartilhamento
/ socialização do
conhecimento entre as
pessoas.
São registrados em
diferentes suportes
(papel, digital,
eletrônico).
Nem sempre são
registrados, mas
quando são, ocorre em
distintos suportes.
Os dados e as
informações circulam
em distintos meios
(malote/correio
interno, sistemas de
informação internos
(Intranet), ambiente
Web (Internet).
Circulam em distintos
meios (sistemas de
informação internos
específicos para esse
fim (Intranet).
Gestão da Informação
por uma ou várias
pessoas, cuja
responsabilidade se
refere a organização,
tratamento e
disseminação das
informações, visando
ao acesso e uso.
Gestão do
Conhecimento por
todas as pessoas
que atuam na
organização,uma
vez que a
responsabilidade
se refere ao
compartilhamento
e socialização
de vivências e
experiências
individuais e grupais.
Os fluxos informacionais podem ser registrados e cir-
cular em distintos meios. No entanto, a efetivação dos
fluxos informacionais não-estruturados depende da
Gestão do Conhecimento - conhecimento explícito e
conhecimento tácito, isso porque “o trabalho é reali-
zado por todas as pessoas que atuam na organização,
uma vez que a responsabilidade se refere ao compar-
tilhamento e socialização de vivências e experiências
individuais e grupais” (Valentim, 2010, p. 19).
O conhecimento é coletivo, somatório, integrado e ele-
mento de transformação de informações organizadas
de maneira coerente. A informação é privada e existe
nas mentes das pessoas, e pode se tornar externa e pú-
blica quando registrada de alguma forma (Todd, 1999).
O conhecimento explícito é considerado parte do
conhecimento possível de ser assimilado de alguma for-
ma para o acesso de outras pessoas (Liyanage, Elhag,
Ballal & Li, 2009; McInerney, 2002). O conhecimen-
to tácito é aquele aspecto do conhecimento humano
que não é possível de ser expressado de forma explí-
cita e objetiva (Liyanage et al., 2009; Nordin, Pauleen
& Gorman, 2009; Smith, 2001). Na sua constituição, o
conhecimento é subjetivo, objetivo e social. Subjetivo e
pessoal considerando que sua criação, processamento
e desenvolvimento ocorrem nas mentes do indivíduo
(Buckland, 1991; Morrow, 2001).
Para Leseure e Brookes (2004) em pesquisa sobre os
desafios em relação à capacidade de transferir e di-
fundir conhecimento entre as pessoas e as equipes de
gerenciamento de projetos nas organizações, ressaltam
a crítica apresentada na literatura em relação à possi-
bilidade de converter o conhecimento tácito em uma
forma explícita por meio da tecnologia da informação.
Nas organizações os especialistas em conhecimento
são essenciais para criação e difusão do conhecimento
tácito, isto porque geralmente os especialistas são indi-
víduos com expressiva experiência e que se configuram
como o único "repositório" de conhecimento dentro de
uma equipe de projeto ou na organização (Leseure &
Brookes, 2004). Neste contexto, pode-se dizer que a
forma como os especialistas ou indivíduos do conheci-
mento são incentivados a compartilhar o conhecimento
pode determinar o seu fluxo no ambiente organizacional.
52Rev. Interam. Bibliot. Medellín (Colombia) Vol. 42, número 1/enero-abril 2019 pp. 45-55 ISSN 0120-0976/ISSN (en línea) 25389866
[Cibele Roberta Sugahara]
Um aspecto importante sobre a disseminação do co-
nhecimento apontado na pesquisa em organizações
realizada por Leseure e Brookes (2004) refere-se à
possibilidade do especialista atuar com uma condição
limitada no processo de transferência de conhecimen-
to, ou seja, um gatekeeper pode se tornar um "gargalo".
Isso pode ocorrer, por exemplo, com a aposentadoria
ou a substituição de um especialista em conhecimento,
neste caso o tempo de transmissão de conhecimento é
de extrema importância para que não se interrompa o
fluxo do processo de transmissão de informação e, prin-
cipalmente de conhecimento.
Neste contexto, os fluxos informacionais não-estrutu-
rados são de difícil gestão, sendo necessária uma cultura
informacional que permita ação efetiva e isso nem sem-
pre está ao alcance dos gestores, principalmente em
ambientes organizacionais mais conservadores (Valen-
tim, 2010, p. 19).
Os fluxos de informação podem perpassar vários se-
tores que estejam em um mesmo nível hierárquico da
organização, sendo denominados como fluxos hori-
zontais, ou podem transcorrer por vários setores de
diferentes níveis hierárquicos da organização, quando
passam a ser considerados fluxos informacionais verti-
cais. Podem, ainda, perpassar vários setores de distintas
organizações e assim ser considerados fluxos informa-
cionais transversais (Monteiro & Valentim, 2007).
Teoricamente os fluxos informacionais formais, distin-
guem-se pela forma em que se estabelecem, podendo
ser classificados como fluxo horizontal, fluxo transver-
sal ou fluxo vertical. Esses conceitos compreende-se
nesta observação da autora:
os fluxos informacionais horizontais são constituídos
por diferentes unidades organizacionais do mesmo ní-
vel hierárquico, os fluxos informacionais transversais
ocorrem por meio de diferentes unidades organiza-
cionais de diferentes níveis hierárquicos e os fluxos
informacionais verticais são construídos por meio de
diferentes níveis hierárquicos de uma mesma organi-
zação (Valentim, 2010, p. 19).
Os fluxos de informação se estabelecem por meio de
interações formalizadas e sistematizadas no ambiente
organizacional. A ênfase é colocada na informação que,
“alimenta os fluxos informacionais cuja dinâmica per-
passa os diversos níveis hierárquicos da organização,
alimentando todos os níveis existentes em uma organi-
zação” (Valentim, 2010, p. 19).
Nesse contexto, Miller (2002) ressalta que, para com-
partilhar efetivamente as informações, as organizações
devem considerar a existência de uma cultura de valori-
zação das ideias e contribuições das pessoas e também
uma cultura de confiança. Sob esse aspecto acredita-se
que o ambiente social em rede é um local propício e
fecundo para alcance de compartilhamento de informa-
ção e conhecimento verdadeiramente efetivo, tendo em
vista os laços de confiança que são construídos entre
seus integrantes.
4. Aspectos Metodológicos e análise
Este estudo faz uso da metodologia de Análise de Redes
Sociais (ARS) para apontar a importância da troca de
informação para que os fluxos de informação formais
(estruturados) e informais (não-estruturados) sejam
efetivados no ambiente organizacional.
A metodologia da Análise de Redes Sociais (ARS) ge-
ralmente é utilizada em pesquisas cujo foco é estudar
as ligações entre atores sociais em rede. Para Marteleto
e Tomaél (2005) a ARS é utilizada para estudar as re-
lações e interações entre indivíduos e ou organizações.
Esta metodologia possibilita apontar as diferentes con-
figurações comunicacionais e informacionais das redes.
A metodologia de Análise de Redes Sociais (ARS) é
utilizada para identificar os atores da rede que mantêm
relações mais estreitas entre si, permitindo que a infor-
mação circule nesse ambiente. Além disso, possibilita
mapear como os atores atuam em relação ao comparti-
lhamento de informações dando dinamismo ao fluxo de
informação.
É importante esclarecer que na ARS o termo atores é
empregado para se referir tanto às pessoas - conside-
radas como unidades individuais —como as unidades
sociais coletivas— como, por exemplo, departamentos
de uma organização, agências de serviço público em
uma cidade, países de um continente ou mundo (Wa-
sserman & Faust, 1994). Neste contexto, este estudo
faz uso do termo ator considerando o conceito de Lara
53Rev. Interam. Bibliot. Medellín (Colombia) Vol. 42, número 1/enero-abril 2019 pp. 45-55 ISSN 0120-0976/ISSN (en línea) 25389866
[Fluxo de Informação em ambiente organizacional]
e Lima (2009), como sendo indivíduo ou ator que se
comunica diretamente com outros atores de uma rede
social, que são indicados por nós.
Para tanto, adota-se o Estudo de Caso como estratégia
de pesquisa. Segundo Yin (2001, p.19), os estudos de
casos “representam a estratégia preferida quando se co-
locam questões do tipo "como", quando o pesquisador
tem pouco controle sobre os acontecimentos e quando
o foco se encontra em fenômenos contemporâneos”. A
estratégia de estudo de caso é vista como um estudo
empírico e válido para investigar um fenômeno atual,
considerando o seu contexto da vida real, principal-
mente quando os limites entre o fenômeno e o contexto
não estão claramente definidos (Yin 2001, p. 32). Por
isso neste estudo considera-se os limites entre o fenô-
meno - fluxo de informação e - o contexto da rede social.
O caso escolhido é a rede têxtil situada em Americana/
SP-Brasil que se caracteriza como estudo de caso úni-
co e significativo pelo fato de abranger vários elos da
cadeia produtiva têxtil (Fiação, Beneficiamento, Tece-
lagem, Confecção) situados no entorno de Americana/
SP-Brasil. Os atores da rede são especialistas que traba-
lham nas organizações da Rede Têxtil.
A coleta de dados foi realizada a partir de um questio-
nário e para a análise dos dados a utilizou-se técnica da
análise de rede social aplicando o software UCINET. A
Rede Têxtil deste estudo é constituída por 37 atores e
nesta rede estão presentes 111 relações e interações en-
tre os atores. Essas relações se formam a partir de atores
que possuem papel de emissor ou receptor de informa-
ção, ou ambos.
Com o software UCINET utilizou-se a métrica deno-
minada “Centralidade de Grau” visando apontar quais
são os indivíduos-chave da rede Têxtil. A Centralidade
de Grau é obtida a partir do número de ligações que um
ator possui no momento em que a rede é mapeada.
Na rede deste estudo, os atores 9, 14, 15, 17 e 22 podem
ser considerados pessoas-chave na intermediação da
informação e do conhecimento nesse ambiente (Figura
1). Percebe-se a partir das interações entre o conjunto
de atores que eles são os que promovem maior troca en-
tre os integrantes da rede. Isso pode demonstrar que os
atores 9, 14, 15, 17 e 22 exercem influência e colaboram
para o compartilhamento e alcance da informação e do
conhecimento entre os demais elos. No entanto, parece
que a socialização do conhecimento ainda é, sobretudo,
individual. Por isso acredita-se que é o compartilha-
mento e a socialização do conhecimento individual
entre os atores que abrem espaço para a construção co-
letiva de conhecimentos.
Figura 1. Interação entre os elos da Rede Têxtil.
Fonte: grafo elaborado pela autora a partir do UCINET.
A proximidade entre os atores em rede pode ser expli-
cada pela necessidade de compartilhar informação para
o desenvolvimento de atividades e tarefas comuns. Tal
comportamento é estimulado por interesses e necessi-
dade de informações específicas para desenvolvimento
das atividades. Acredita-se que é nesse compartilha-
mento cotidiano que os fluxos informacionais estru-
turados estão inseridos. Por outro lado, o compartilha-
mento de vivências e experiências individuais e grupais
dos atores 9, 14, 15, 17 e 22 com os demais integrantes
também parece estar presente nas interações – repre-
sentando os fluxos informacionais não-estruturados. A
partir das informações levantadas com o questionário
observou-se que o fluxo da informação dá-se principal-
mente a partir dos atores supracitados, ao permitirem
com que a informação flua na rede sem descontinuida-
de e falhas no fluxo da informação.
5. Considerações
A interação entre os indivíduos influencia o comparti-
lhamento da informação e impulsiona mudanças estru-
turais nos fluxos de informação e de conhecimento. Em
certa medida, as interações entre os indivíduos e a rea-
lidade em que se encontram inseridos conformam seu
contexto informacional, ou seja, definem estruturas e
orientam suas ações.
54Rev. Interam. Bibliot. Medellín (Colombia) Vol. 42, número 1/enero-abril 2019 pp. 45-55 ISSN 0120-0976/ISSN (en línea) 25389866
[Cibele Roberta Sugahara]
O conhecimento por seus atributos - coletivo, subjetivo
elemento de transformação da informação, entre ou-
tros, representa potencialidade de expressão de forma
explícita e tácita nem sempre passível de difusão mes-
mo entre atores e/ou pessoas inseridas em um ambiente
em rede. No espaço em rede, por exemplo, as relações
são tecidas à medida que se compartilha informação e
conhecimento oriundos de práticas e vivências do gru-
po. Esse espaço, como fator interveniente sobre as re-
lações sociais, revela a importância e a necessidade de
reflexões sobre os fluxos de informação.
A troca de informação e conhecimento tácito pode ser
considerada a condição necessária para conceber maior
significância aos fluxos de informação. Nesse sentido,
estudos sobre fluxo de informação e formas de difusão
de conhecimento pode trazer subsídios à Ciência da In-
formação sobre a importância em gerenciar a estrutura
de interconexão instável e transitória da informação e
do conhecimento.
6. Referências
1. Albagli, S., & Maciel, M. L. (2004). Informação e
conhecimento na inovação e no desenvolvimento local.
Revista Ciência da Informação, 33(3), 9-16.
2. Buckland, M. (1991). Information as thing. Journal of the
American Society for Information Science, 42, 351-360.
3. Carvalho, K. de. (2009). Redes sociais: presença humana
na comunicação. In D. A. Población, R. Muginani, L. M. S.
V. C. Ramos (Org.), Redes sociais e colaborativas: em informação
científica (pp. 141-167). São Paulo: Angellara.
4. Capurro, R., & Hjørland. B. (2007). O conceito de
informação. Perspectivas em Ciência da Informação, 12(1),
148-207.
5. Choo, C. W. (2006). A organização do conhecimento: como as
organizações usam a informação para criar significado, construir
conhecimento e tomar decisões. São Paulo: Senac.
6. Davenport, T., & Prusak, L. (1998). Ecologia da informação:
por que só a tecnologia não basta para o sucesso na era da informação.
São Paulo: Futura.
7. Freire, I. M. (2006). Barreiras na comunicação da
informação. In C. Starec, E. Gomes, J. Bezerra, Gestão
estratégica da informação e inteligência competitiva (pp.33-46).
São Paulo: Saraiva.
8. Gasque, K. C. G. D., & Costa, S. M. de S. (2010). Evolução
teórico-metodológica dos estudos de comportamento
informacional de usuários. Revista Ciência da Informação,
39(1), 21-32.
9. Lara, M. L. G. de, & Lima, V. M. A. Termos e conceitos
sobre redes sociais colaborativas. In D. A. Población, R.
Muginani, L. M. Ramos, S. V. Costa (Org.), Redes sociais e
colaborativas: em informação científica (pp. 605-637). São Paulo:
Angellara.
10. Leseure, M. J., & Brookes, N. J. (2004) Knowledge
management benchmarks for project management. Journal
of Knowledge Management, 8(1), 103-116.
11. Liyanage, C., Elhag, T., Ballal, T., & Li, Q. (2009).
Knowledge communication and translation. A knowledge
transfer model. Journal of Knowledge Management, 13(3), 118-131.
12. Mattelart, A., & Mattelart, M. (1999). História das teorias da
comunicação. São Paulo: Loyola.
13. Miller, J. P. (2002). O processo de inteligência: como
funciona, seus benefícios e sua situação social. In O milênio
da inteligência competitiva (pp. 31-52). Porto Alegre: Bookman.
14. Marteleto, R. M., & Tomaél, M. I. (2005). A metodologia de
análise de redes sociais. In M. L. P. Valentim (Org.), Métodos
qualitativos de pesquisa em Ciência da Informação. (pp. 81-100).
São Paulo: Polis.
15. McInerney, C. (2002). Knowledge management and the
dynamic nature of knowledge. Journal of the American Society
for Information Science and Technology, 53(12), 1009-1018.
16. Monteiro, N. A., & Valentim, M. L. P. (2007). Necessidades
informacionais e aprendizagem no ciclo de vida de um
projeto. Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação,
5(2), 53-66.
17. Morrow, N. M. (2001). Knowledge management. In M.
E. Williams (Ed.), An introduction annual review of information
science and technology (ARIST) (pp. 381-422). Medford, NJ:
Information Today, Inc.
18. Nordin, M., Pauleen, J., & Gorman, G. E. (2009).
Investigating KM antecedents: KM in criminal justice
system. Journal of Knowledge Management, 13(2), 4-20.
19. Saracevic, T. (1996). Ciência da Informação: origem,
evolução e relações. Perspectivas em Ciência da Informação, 1(1),
41-62.
20. Sugahara, C. R., & Vergueiro, W. de C. S. (2011). Redes
sociais: um olhar sobre a dinâmica da informação na rede
(APL) Arranjo Produtivo Local Têxtil, de Americana - São
Paulo. Revista Interamericana de Bibliotecología, 34(2), 177-186.
Recuperado de https://aprendeenlinea.udea.edu.co/
revistas/index.php/RIB/article/view/10323/9531
55Rev. Interam. Bibliot. Medellín (Colombia) Vol. 42, número 1/enero-abril 2019 pp. 45-55 ISSN 0120-0976/ISSN (en línea) 25389866
[Fluxo de Informação em ambiente organizacional]
21. Starec, C. (2006). A dinâmica da informação: a gestão
estratégica da informação para tomada de decisão nas
organizações. In C. Starec, E. Gomes, J. Bezerra, Gestão
estratégica da informação e inteligência competitiva (pp. 47-64).
São Paulo: Saraiva.
22. Smith, E. A. (2001). The role of tacit and explicit knowledge
in workplace. Journal of Knowledge Management, 5(4), 311-321.
23. Tarapanoff, K. (2006). Informação, conhecimento e
inteligência em corporações: relações e complementaridade.
In Tarapanoff, K. (Org.). Inteligência, informação e conhecimento
em corporações. organizacional e competitiva (pp. 19-38). Brasília:
IBICT, UNESCO.
24. Todd, R. J. (1999). Back to Our Beginnings: Information
utilization, Bertram Brookes and the Fundamental
Equation of Information Science. Information Processing &
Management, 35(6), 851-70.
25. Tomaél, M. I., Alcará, A. R., S., & Chiara, I. G. D. (2005).
Das redes sociais à inovação. Revista Ciência da Informação,
34(2), 93-104.
26. Valentim, M. L. P. (2008). Gestão da Informação e gestão do
conhecimento: especificidades e convergências. Recuperado de
http://www.ofaj.com.br/colunas_conteudo.php?cod=88
27. Valentim, M. L. P. (2010). Ambientes e fluxos de informação. São
Paulo: Cultura Acadêmica.
28. Valentim, M. L. P., & Zwaretch, N. S. (2006). Comunicação
organizacional/comunicação informacional no processo
de inteligência competitiva organizacional. In M. L.
P. Valentim (Org.), Informação, conhecimento e inteligência
organizacional (pp. 45-59). Marília: FUNDEPE.
29. Valentim, M. L. P., & Souza, J. S. F. (2013). Fluxo de
informação que subsidiam o processo de inteligência
competitiva. Encontro Bibli: revista eletrônica de biblioteconomia
e ciência da informação, 18(38), 87-106.
30. Wasserman, S., & Faust, K. (1994). Social network analysis:
methods and applications. Cambridge: Cambridge University
Press (Structural Analysis in the Social Sciences Series).
31. Yin, R. K. (2001). Estudo de caso: planejamento e métodos. 2. ed.
Porto Alegre: Bookman.