Original
article
Francisca Tamiris Pereira de Souza 1,7
Caik Ferreira Silva2,7
Felice Teles Lira dos Santos Moreira3,7
Regiane Clarice Macedo Callou4,7
Jameson Moreira Belém5,7
Grayce Alencar Albuquerque6,7
1 Enfermeira, Graduada. Email: tamirespereira2@hotmail.com
https://orcid.org/
0000-0001-6447-0974
2 Enfermeiro, Mestrando. Email: caik17ferreira@gmail.com
https://orcid.org/
0000-0003-0307-8172
3 Enfermeira, Mestra. Email: felicelira@hotmail.com
https://orcid.org/0000-0002-1979-5232
4 Enfermeira, Mestra. Email: regiane_clarice@hotmail.com
https://orcid.org/
0000-0002-1882-9365
5 Enfermeiro, Mestre. Email: jam.ex@hotmail.com
https://orcid.org/
0000-0003-1903-3446
6 Enfermeira, Doutora. Professora. Email: geycyenf.ga@gmail.com
Autora
correspondiente https://orcid.org/
0000-0002-8726-0619
7 Universidade Regional do Cariri - URCA, Crato-CE, Brasil
Conflictos de interé: Nenhum.
Recibido: Agosto 28, 2020.
Aprobado: Febrero 15, 2021.
Cómo citar este artículo: Souza FTP, Silva CF, Moreira
FTLS, Callou RCM, Belém JM, Albuquerque GA. Interface between women’s
health and violence in the training of nurses in Brazil. Invest. Educ.
Enferm. 2021; 39(1):e06
DOI: https://doi.org/10.17533/udea.iee.v39n1e06
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0
Abstrat
Objective. To analyze the theoretical interfaces of violence
against women in the nursing undergraduate curricula of public Higher
Education Institutions in Brazil. Methods. Documentary
and descriptive study with a qualitative approach. The documentary
search happened through the access to the E-mec website for the
identification of public Higher Education Institutions for undergraduate
nursing degree in Brazil. The menus available online from educational
institutions that contained the terms “woman” and “violence” were
analyzed. Data processing took place using the IraMuTeQ software, and
they were analyzed using the Descending Hierarchical Classification
technique. Results. The analysis by the software
resulted in an important degree of utilization (72.95%), since, of the
244 segments of texts from the menus, 178 were retained. The analysis by
the Descending Hierarchical Classification resulted in four thematic
categories: Violence against women as a pathological process linked to
sexual and reproductive health; Women’s Health: Care, epidemiological,
social and cultural aspects; Gender as an analytical category; and
Children’s and Adolescents’ Care. Conclusion. It was
found a connection between the terms “woman” and “violence” to the
sexual and reproductive aspects of women (physiological and pathological
natures) susceptible to intervention; however, the gender approach is
recognized as an analytical category for understanding the
vulnerabilities of the female audience to illness and violence.
Descriptors: women's health; women; violence; nursing;
nursing education.
Resumen
Objetivo. Analizar las interfaces teóricas de la violencia
contra la mujer en los planes de estudios de pregrado en enfermería de
las instituciones públicas de educación superior en Brasil. Métodos.
Estudio documental descriptivo con abordaje cualitativo. La búsqueda
documental se realizó a través del acceso al sitio web E-mec para la
identificación de instituciones públicas de educación superior para
pregrado en enfermería en Brasil. Se analizaron los menús disponibles en
línea de las instituciones educativas que contenían los términos "mujer"
y "violencia". El procesamiento de los datos se llevó a cabo mediante el
software IraMuTeQ y se analizó mediante la técnica de Clasificación
Jerárquica Descendente. Resultados. El análisis por el
software resultó en un grado importante de utilización (72.95%), ya que,
de los 244 segmentos de textos de los menús, se retuvieron 178. El
análisis por la Clasificación Jerárquica Descendente mostró cuatro
categorías temáticas: violencia contra la mujer como proceso patológico
vinculado a la salud sexual y reproductiva; salud de la mujer: aspectos
asistenciales, epidemiológicos, sociales y culturales; género como
categoría analítica y Atención a la Niñez y Adolescencia. Conclusión.
Hubo una conexión entre los términos "mujer" y "violencia" con los
aspectos sexuales y reproductivos de las mujeres (de naturaleza
fisiológica y patológica) sujetas a intervención, sin embargo, el
enfoque de género se reconoce como una categoría analítica para
comprender las vulnerabilidades de las mujeres a la enfermedad y la
violencia.
Descriptores: salud de la mujer; mujer; violencia;
enfermería; educación en enfermería.
Resumo
Objetivo. Analisar nos currículos de graduação em enfermagem
de Instituições de Ensino Superior públicas no Brasil as interfaces
teóricas do tema violência contra as mulheres. Métodos.
Estudo de análise documental, descritivo, com abordagem qualitativa. A
busca documental ocorreu por meio do acesso ao site E-mec para
identificação de Instituições de Ensino Superior públicas de graduação
em Enfermagem no Brasil. Foram analisadas as ementas disponíveis online
das instituições de ensino que continham os termos "mulher" e
"violência". O processamento dos dados se deu no software IraMuTeQ e
foram analisados pela técnica de Classificação Hierárquica Descendente.
Resultados. A análise pelo software resultou em
importante grau de aproveitamento (72.95%), visto que, dos 244 segmentos
de textos oriundos das ementas, foram retidos 178. A análise pela
Classificação Hierárquica Descendente resultou em quatro categorias
temáticas: Violência contra as mulheres como processo patológico
vinculado à saúde sexual e reprodutiva; Saúde das Mulheres: Aspectos
assistenciais, epidemiológicos, sociais e culturais; Gênero como
categoria analítica e Atenção à Criança e Adolescentes. Conclusão.
Constatou-se uma conexão dos termos "mulher" e "violência"
aos aspectos sexuais e reprodutivos das mulheres (de cunho fisiológico e
patológico) passíveis de intervenção, contudo, a abordagem de gênero é
reconhecida como categoria analítica para a compreensão das
vulnerabilidades do público feminino ao adoecimento e à violência.
Descritores: saúde da mulher; mulheres; violência;
enfermagem; educação em enfermagem.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) conceitua violência como atos
deflagrados com uso intencional da força ou poder propriamente dito ou
em ameaça, contra si próprio, outra pessoa ou grupo que acarrete ou
resulte em lesão, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento,
privação e morte.(1)
Este agravo se expressa de distintas formas, especialmente nos
indivíduos vulneráveis, que possuem seus direitos sociais reduzidos ou
vetados a serviços e neste cenário se insere a violência contra a
mulher, considerada preocupante e complexo problema social e de saúde
pública, posto o feminicídio, as incapacidades físicas deixadas na
mulher em situação de violência e os problemas psicológicos com
potencial incapacitante. De acordo com a Lei 11.340, conhecida como Lei
Maria da Penha, Brasil, configura-se violência doméstica e familiar
contra a mulher, qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe
cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano
moral ou patrimonial no âmbito da unidade doméstica, no âmbito da
família e em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor
conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de
coabitação.(2)
Este fenômeno é resultado dos constructos e desigualdades de gênero
estabelecidos nas diversas instituições e relações sociais entre os
sujeitos, que acabam sendo responsáveis por reproduzir valores
patriarcais, nos quais homens ocupam espaços privilegiados, legitimando
e naturalizando a violência contra a mulher. As concepções de gênero
implicam na superioridade de um sexo sobre o outro, sobretudo nos
espaços privados, em que estrutura-se o exercício de poder de homens
sobre mulheres e muito embora as relações de gênero tenham se modificado
ao longo dos anos, a violência contra mulheres ainda persiste na
sociedade assentada nessa dinâmica social de naturalização de diferenças
sexuais justificarem os papeis atribuídos a cada sexo.(3)
No cenário internacional, os indicadores de violência contra a mulher
são preocupantes. Estudo realizado pela OMS sobre estimativas de
prevalência de violência contra a mulher por parceiro íntimo e violência
sexual, com dados globais de 79 países e dois territórios, revelaram que
em todo o mundo, quase um terço (30%) de todas as mulheres já sofreram
violência física e /ou sexual por parceiro íntimo, sendo que em alguma
regiões esse valor chega a ser 38%; 7% das mulheres já foram sexualmente
violentadas por alguém que não era seu parceiro íntimo e 38% de todos os
assassinatos de mulheres foram cometidos por parceiros íntimos.(4)
Destaca-se que neste cenário, o Brasil ocupa um patamar preocupante. De
acordo com o Atlas da Violência (2020), no ano de 2018, 4.519 mulheres
foram assassinadas no país, o que representa uma taxa de 4,3 homicídios
para cada 100 mil mulheres.(5) O mesmo levantamento aponta que entre
2008 a 2018 houve aumento de 4,2% nos assassinatos de mulheres e em
alguns estados, a taxa de homicídios em 2018 mais do que dobrou em
relação a 2008. Inquérito realizado pelo Instituto de Pesquisa
DataSenado, em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência
no ano de 2017, com 1.116 brasileiras, revelou aumento do percentual de
mulheres que declararam ter sido vítimas de algum tipo de violência
perpetrada por um homem, sendo que esse percentual passou de 18%, em
2015, para 29%, em 2017, em que a violência física foi a mais perpetrada
(67%), seguida da psicológica (47%), moral (36%) e sexual (15%).(6)
De forma a reduzir esse fenômeno e seus impactos, marcos importantes tem
se consolidado no Brasil. Destacam-se a promulgação da Lei Maria da
Penha e a criação da Política Nacional de Enfrentamento à Violência
contra as Mulheres, que objetivam reduzir números e sequelas dos atos
violentos. A Lei Maria da Penha cria mecanismos para coibir a violência
doméstica e familiar contra as mulheres, discorrendo sobre sua
tipologia, medidas integradas de prevenção, da assistência à mulher em
situação de violência doméstica e familiar, do atendimento pela
autoridade policial, das medidas protetivas de urgência, da assistência
jurídica e da equipe de atendimento multidisciplinar.(2) Já a Política
Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres tem como
objetivo estabelecer conceitos, princípios, diretrizes e ações de
prevenção e enfrentamento à violência contra as mulheres, bem como,
assistência e garantia de direitos, conforme normas e instrumentos
internacionais de direitos humanos e legislação brasileira.(7)
Entretanto, para consolidação desses dispositivos no enfrentamento da
violência, faz-se necessário atuação intersetorial, com importante
destaque ao setor saúde.(2,7).
O Ministério da Saúde (MS), em Acordo de Cooperação Técnica com o
Ministério da Justiça, reforça que os profissionais de saúde, por
estarem em posição estratégica para detectar e identificar fatores de
risco, devem estar capacitados para diagnosticar, tratar e contribuir
para a prevenção da violência5 e nessa perspectiva, recomenda-se que os
profissionais de saúde estejam qualificados para lidar com as diferentes
formas de manifestação deste agravo e prestação da assistência.
Enfatiza-se assim, a importância de se ter uma formação que aborde
temáticas transversais voltadas a discussão da violência, saúde e gênero
nos currículos de graduação dos profissionais de saúde. Esta condição se
faz necessária, visto que estes sentem-se incapazes de atuar diante da
assistência à mulheres em situação de violência, havendo em sua maioria,
medicalização das consequências do agravo, negligência de cuidados e
quebra de confidencialidade.(8) Esse fenômeno é, em parte, resultado da
não abordagem da temática nos processos de formação dos profissionais.
Neste contexto, se insere a categoria enfermagem, composta por
enfermeiros/as, técnicos/as e auxiliares de enfermagem que, em conjunto,
constitui elevada força de trabalho atuando no campo da saúde no Brasil
e inseridos no Sistema Único de Saúde (SUS) e que muitas vezes, não
encontram-se preparados para enfrentamento à violência contra a mulher.
Estudo realizado com 21 profissionais da atenção primária à saúde no Rio
Grande do Sul, dentre eles, enfermeiros/as, revelou que existem
limitações para identificação da violência contra a mulher, dentre elas,
silenciamento, negação e não reconhecimento do agravo, ausência de
queixas por parte das mulheres, falhas e despreparo da equipe de saúde
para atuação e receio pela presença do agressor.(8) Em outra pesquisa,
conduzida com 17 enfermeiras que atuavam em Unidades Básicas de Saúde de
um município do interior do Rio Grande do Sul, revelou em um contexto de
violência, as profissionais apontam limitações como falta de capacitação
profissional para o enfrentamento do agravo, sentimento de despreparo,
falta de tempo em virtude da carga elevada de trabalho, dificuldades
para reconhecer e lidar com a violência, baixa atuação da rede de
atendimento e impotência profissional.(9)
Tais dados revelam a dificuldade dos/as enfermeiros/as em assistir
mulheres em situação de violência e abordar questões de violência em
suas práticas. Desta forma, o estudo em tela parte do seguinte
questionamento: a formação acadêmica nos cursos de graduação em
enfermagem de Instituições de Ensino Superior públicas no Brasil
contempla em seus componentes curriculares aspectos relativos ao tema
violência contra as mulheres, para reconhecimento e enfrentamento da
problemática?
Desse modo, o referido estudo objetivou analisar nos currículos de
graduação em enfermagem de Instituições de Ensino Superior públicas no
Brasil as interfaces teóricas do tema violência contra as mulheres. O
alcance deste objetivo permitirá a identificação de possíveis lacunas
e/ou potencialidades do ensino de enfermagem nesta perspectiva.
Destaca-se que identificadas e corrigidas possíveis lacunas neste
cenário, se contribui para o alcance do objetivo de desenvolvimento
sustentável (ODS) nº 05 - alcançar a igualdade de gênero e empoderar
todas as mulheres e meninas, listado dentre os 17 ODS da Agenda 2030
proposto pela Organização das Nações Unidas.(10) Neste sentido, se prevê
ações para redução/enfrentamento da violência contra as mulheres e a
integração sistemática da perspectiva de gênero na implementação da
Agenda é crucial. Assim, as Instituições de Ensino Superior (IES) devem
estar comprometidas na resposta aos objetivos desta agenda, por meio de
ações de ensino, extensão e pesquisa, uma vez que por meio destas se dá
a formação de recursos humanos qualificados para a efetiva transformação
a que esta agenda se propõe.
Estudo descritivo, com delineamento documental e abordagem qualitativa,
realizado nos meses de setembro e outubro de 2019, a partir do
levantamento de IES públicas em Enfermagem no Brasil, por meio do acesso
ao site do E-mec, um sistema eletrônico que possibilita acompanhar o
processo de regulamentação das IES.(11) A busca no site supracitado
ocorreu por meio da identificação das IES (e seu quantitativo) que
contemplavam o curso de enfermagem e, posteriormente, com busca online
nos sites das referidas instituições de ensino procurando-se identificar
a existência de Projetos Político-Pedagógicos (PPP), matrizes
curriculares e fluxogramas de curso. Estabeleceu-se como critério de
inclusão das IES no estudo, a disponibilidade online dos referidos
materiais nos sites institucionais, sendo excluídas as IES que não as
apresentavam em suas plataformas. Após a identificação destes
documentos, aqueles disponíveis online foram analisados quanto à busca
por disciplinas que apresentassem os termos "mulher" e "violência",
sendo selecionadas para análise, àquelas com presença dos dois termos.
Para a extração dos dados destas ementas, os autores adotaram um
instrumento que permitiu a apreensão de informações referentes à
localização das IES, disciplina, objetivos e conteúdo abordado. Após
extração dos dados, as informações foram organizadas no programa Libre
Office Writer, versão 5.3, em que foi realizada a preparação do material
por meio de novas leituras, correções e decodificação da variável fixa.
A codificação exposta diz respeito ao número de universidades na qual
foram encontradas os termos pesquisados, como pode-se citar *UNE - 01
(...) (Universidade de Enfermagem). Os dados extraídos referentes à
caracterização das IES foram tabulados em planilhas do Microsoft Office
Excel versão 2010 e apresentados sob análise descritiva simples, em
valores numéricos absolutos e relativos. O processamento das ementas foi
realizado mediante a utilização do Programa Interface de R pour L
Analyses Multidimensionnelles de Textes L de Questionnaire (IRaMuTeQ),
versão 0.7 alfa 2. Esse software gratuito permite diferentes
formas de análises estatísticas de textos, produzidas a partir de
documentos, entre outras.(12)
Para este estudo foi utilizada a Classificação Hierárquica Descendente
(CHD), que divide o corpus em classes, agrupando as palavras de acordo
com a maior associação com a classe, e apresentando o percentual de
representação no corpus estudado. Para tanto, foram processados no
IRaMuTeQ, o conteúdo programático das ementas. O processamento no
referido programa possibilitou a partir da CHD a elaboração de quatro
categorias temáticas. No tocante às pesquisas envolvendo
documentos/arquivos de instituições e/ou banco de dados secundários que
contenham apenas dados disponíveis e de domínio público, que não
identifiquem participantes da pesquisa e o não envolvimento de seres
humanos, não se requer a necessidade de aprovação por parte do Comitê de
Ética em Pesquisa (CEP) e Comissão Nacional de Ética em Pesquisa
(CONEP).
Para melhor compreensão, os dados analisados foram organizados em uma
tabela, e a partir desta, se traçou o perfil quantitativo de IES
públicas dos cursos em enfermagem. Nesta busca, o curso de enfermagem
estava ativo em 87 IES públicas, distribuídos em 148 campus e destes, 10
continham cursos de licenciatura e 138 de bacharelado, sendo um curso
com as duas modalidades, conforme Tabela 1.
Tabela 1. IES com cursos em Enfermagem
disponíveis no portal do E-mec. Brasil, 2019
|
Região
|
nº IES |
% |
nº de campus |
% |
|
Nordeste |
27 |
31.0 |
60 |
40.5 |
|
Norte |
11 |
12.6 |
19 |
12.8 |
|
Centro-Oeste |
8 |
09.1 |
18 |
12.1 |
|
Sul |
19 |
21.8 |
22 |
14.8 |
|
Sudeste |
22 |
25.2 |
29 |
19.5 |
|
Total |
87 |
100 |
148 |
100 |

A aquisição de aptidões/habilidades pelos estudantes da área da saúde
durante a formação acadêmica se reflete em perfis profissionais
qualificados e sensíveis ao processo saúde-doença da população. Assim,
discentes dessa área precisam estar capacitados para lidarem com as
especificidades e demandas de diversos segmentos sociais, entre os quais
destaca-se o público feminino. Pesquisa Nacional de Saúde realizada pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em 2013, no Brasil,
revelou que frente à procura por serviços de saúde, as mulheres são
maioria,(13) em parte, como resultado da socialização histórica e
cultural do cuidado de si e do outro por questões de gênero.
Dada esta realidade, que demonstra serem as mulheres as maiores usuárias
dos serviços de saúde, bem como, estarem mais susceptíveis a
determinados agravos, como as violências, em virtude das questões de
gênero, enfatiza-se o compromisso e a responsabilidade universitária de
proporcionar uma formação acadêmica que contemple as especificidades
deste público e a abordagem de temáticas transversais, dentre elas,
violência, gênero e sexualidade nos cursos da área da saúde, como a
enfermagem. Assim, diante da análise das ementas disponíveis online que
continham os termos em conjunto "mulher" e violência", destaca-se o
baixo quantitativo de materiais disponíveis, embora diretrizes
normativas reforcem o contrário. No Brasil, o Decreto nº 9.235, de 25 de
dezembro de 2017, dispõe sobre o exercício das funções de regulação,
supervisão e avaliação das instituições de educação superior,(14) e em
seu parágrafo único, estabelece que caberá às IES a divulgação de seus
atos institucionais, cursos e documentos pedagógicos a estudantes, nos
termos no art. 47 da Lei nº 9.394, de 1996.
Embora diante da dificuldade de disponibilização dos materiais
pedagógicos pelas IES, frente ao material analisado, verifica-se uma
abordagem da violência contra a mulher em associação à condições
patológicas do aparelho sexual e reprodutivo e suas implicações sobre
este, evidenciando-se uma assistência de enfermagem direcionada à
resolução de problemas passíveis de uma intervenção pontual e
biologicista, como evidenciado na classe 1 deste estudo. Frente à classe
2, evidencia-se a abordagem de aspectos relacionados aos determinantes
do processo saúde-doença, que elevam nas mulheres vulnerabilidades ao
adoecimento, especialmente àqueles associados à saúde sexual e
reprodutiva, sendo a inserção do termo violência contra a mulher
apresentada como temática resultante de aspectos culturais (gênero) e
responsável por adoecimento, principalmente na dimensão sexual e
reprodutiva. Neste sentido, a assistência de enfermagem é direcionada a
fim de se evitar maiores complicações e para tanto, além do ensino de
protocolos de assistência, os aspectos culturais, éticos e legais são
abordados.
Em relação à classe 3, as ementas dialogam sobre gênero em uma
perspectiva histórica e social, associando o conceito como fator
responsável pela vulnerabilidade feminina ao adoecimento e às formas de
discriminação, opressão e violência, tão simbólicas quanto materiais,
proporcionando um novo esquema de leitura dos fenômenos sociais, o que
implica em maiores possibilidades de intervenção profissional no campo
da saúde, havendo maior destaque para o campo da saúde coletiva/saúde da
família. Por fim, na classe 4, observa-se que se sobressaem aspectos
referentes à assistência de enfermagem à crianças e adolescentes,
especialmente voltados aos marcos de crescimento e desenvolvimento
biopsicossocial e seus agravos mais incidentes, havendo frente à saúde
do adolescente, a abordagem, em sua maioria, voltada ao público
feminino, que apresenta maior susceptibilidade à violações de direitos
sexuais e reprodutivos e portanto, mais passíveis à complicações, como
violência e gravidezes.
Assim, de um modo geral, sobressaem-se no ensino de enfermagem, as
abordagens de assuntos voltados à saúde sexual/reprodutiva das mulheres,
seguidas da atuação dos profissionais de enfermagem frente aos aspectos
fisiológicos e patológicos nos ciclos de vida. Destaca-se que essa
evidência também é encontrada em outras literaturas. Estudo de revisão,
complementada por entrevistas com profissionais de saúde, revelou que o
atendimento às mulheres ainda permanece reduzido às narrativas
orientadas por aspectos biológico-clínicos e técnico-científicos,
legitimando o profissional de saúde como autoridade na orientação e
direcionamento dos cuidados sobre o corpo feminino e firmando sua
concepção como verdadeira ao desconsiderar a autonomia e o saber das
mulheres.(15)
Apesar da abordagem direcionada à aspectos fisiológicos e patológicos,
também se destacam o ensino de aspectos éticos e legais dos
profissionais de enfermagem e atribuições dos/as enfermeiros/as na
atenção à mulher com o recorte dos determinantes sociais para
compreensão do processo saúde-doença. Neste sentido, de modo a habilitar
os futuros profissionais para uma assistência de enfermagem que
contemple as diretrizes da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde
da Mulher(16) (PNAISM), verifica-se que os cursos de enfermagem que
tiveram ementários analisados procuram garantir qualificação dos/as
futuros/as enfermeiros/as por meio da abordagem/ensino de temas que
corroboram com as diretrizes da política, com o perfil epidemiológico
dos agravos, bem como, com as respostas à Agenda 2030 - dos Objetivos do
Desenvolvimento Sustentável.
A PNAISM consolida o campo dos direitos sexuais e reprodutivos das
mulheres, com ênfase na melhoria da atenção obstétrica, planejamento
familiar, atenção ao abortamento inseguro e combate à violência
doméstica e sexual. Esta política foi formulada tendo por base a
avaliação e as lacunas das antecessoras como assistência à mulher no
climatério/menopausa; queixas ginecológicas; infertilidade e reprodução
assistida; saúde da mulher na adolescência; doenças
crônico-degenerativas; saúde ocupacional; saúde mental; doenças
infecto-contagiosas e atenção às mulheres rurais, com deficiência,
negras, indígenas, presidiárias e lésbicas.(16) Levando-se em
consideração os objetivos assistenciais da PNAISM, verifica-se que,
embora o ensino e a assistência à saúde da mulher nos cursos superiores
em enfermagem tenha como foco, em sua maioria, os processos fisiológicos
e patológicos sexuais e reprodutivos, quando se verifica a abordagem do
agravo "violência contra a mulher" infere-se a discussão sobre o recorte
de gênero na assistência sexual e reprodutiva deste público. A abordagem
das questões de gênero na PNAISM implica tomar como referência os
padrões de vida como homens e mulheres se relacionam no cotidiano de
suas vivências como resultado de uma determinação social/cultural e que
impacta no processo saúde-doença-cuidado das mulheres.(16)
Tal abordagem se destaca na Classe 3 deste estudo, ao entender gênero
como categoria analítica que implica na determinação de agravos e
vulnerabilidades de mulheres ao adoecimento. Reconhecer a desigualdade
de gênero, de classe e de raça/etnia como determinantes sociais de
adoecimento feminino e vulnerabilidade à violência, permite se pensar as
políticas públicas na dimensão da saúde coletiva, da promoção e da
qualidade de vida. Frente ao ensino em enfermagem, o reconhecimento do
recorte de gênero implica na formação de profissionais capazes de
compreender que as relações de poder e suas manifestações sociais
interferem no processo saúde-doença do público feminino, exacerbando
iniquidades sociais e elevando nesta população a susceptibilidade ao
adoecimento físico, mental e à agravos, como a violência.
A violência de gênero está presente na cultura de todos os países,
independentemente do seu grau de desenvolvimento, expressando-se em
maior ou menor escala. Culturalmente, se reproduz por meio de
comportamentos irrefletidos, aprendidos histórica e socialmente, nas
instituições sociais como igreja, escola, família e Estado, que
contribuem diretamente para a soberania masculina e opressão
feminina.(17) Historicamente, pode-se afirmar que a mulher vem sendo
socialmente oprimida de acordo com as imposições do gênero(3) que são
mantidas por instituições sociais que contribuem para disseminar a ideia
de que esta é inferior e dotada apenas de instintos de proteção. A
abordagem das questões de gênero nos currículos ainda implica em
potencial redução do número de casos de violência institucional nos
serviços de saúde direcionada ao público feminino, muitas vezes,
perpetradas por profissionais de saúde e materializadas diante queixas
desconsideradas e medicalizadas de mulheres que sofrem violência
doméstica/interpessoal e violência obstétrica.
Sabe-se que casos de violência institucional podem afastar as mulheres
em situação de violência dos serviços de saúde, o que dificulta a
intervenção precoce frente ao fenômeno e redução de suas sequelas. Em
sua maioria, quando buscam assistência nos serviços de saúde, as
mulheres em situação de violência dirigem-se às instituições
hospitalares, em virtude dos acometimentos físicos; sendo este serviço,
muitas vezes, considerado porta de entrada no sistema de saúde diante
atendimento de casos decorrentes do agravo.
Em estudo(18) que avaliou o baixo número de casos notificados de
violência pela Estratégia Saúde da Família (ESF), observou-se que esses
índices são justificados pelo despreparo dos profissionais no
reconhecimento do agravo. Na Grande São Paulo, estudo realizado em 19
serviços de saúde revelou que do total de 3.193 prontuários analisados,
em apenas 3.8% havia o registro da situação de violência sofrida pela
mulher e a ausência de registro demonstra a invisibilidade e o não
reconhecimento da violência como objeto de intervenção no campo da
saúde.(19) Corroborando com esta realidade, outro estudo(20) com 42
profissionais (técnicos de enfermagem, enfermeiro/as e médicos/as),
realizado em um município do estado de Santa Catarina, Brasil, revelou
que o déficit de preparo profissional, seja durante a graduação ou no
serviço conduz, muitas vezes, a um atendimento superficial com
assistência não qualificada à mulher em situação de violência. Ainda, a
ausência da atenção holística no atendimento às mulheres em situação de
violência implica no não reconhecimento de fatores associados à
ocorrência da violência e suas consequências, com capilarização à
família, a exemplo da prole. No entanto, apesar das fragilidades, o
setor saúde apresenta grande potencial para abordagem da violência, uma
vez que nestes serviços, a atuação dos profissionais é decisiva e podem
contribuir para a identificação deste agravo, prevenção, atenção e
desenvolvimento de estudos frente ao problema.
De fato, as sequelas da violência contra a mulher não se restringem
somente à mulher, mas ganham capilaridade dentro do seio familiar e
talvez essa condição possa justificar a identificação da abordagem do
termo "violência" associado a outras fases do ciclo vital, com destaque
à saúde da criança e do adolescente. Estudo(21) realizado com 239
adolescentes de uma escola pública de um bairro periférico da cidade de
Salvador, Bahia, ao analisar a prevalência e fatores associados a
violência neste público, apontou que a prevalência de violência
intrafamiliar entre os/as estudantes foi de 60.67%.
Outro fator que justifica a abordagem do termo "violência" nesta faixa
etária, é a maior susceptibilidade que crianças e adolescentes tem para
vitimização. Dado o estágio peculiar de desenvolvimento em que se
encontram, este público é apontado como mais vulnerável ao agravo,
principalmente diante de menor nível socioeconômico e quando do sexo
feminino.(22) Frente a este último, cerca de 40 milhões de crianças e
adolescentes, principalmente meninas, sofrem abuso sexual
anualmente.(23)
No Brasil, a violência sexual ocupa o segundo maior tipo de violência
entre indivíduos na faixa etária dos 10 aos 14 anos, estando a violência
física em primeiro lugar.(24) Essa é uma forma de violência que não é
plenamente reconhecida como um problema de saúde pública e que necessita
de estratégias por parte dos governantes para identificação e
notificação, uma vez que os/as adolescentes abusados, em sua maioria,
dentro das famílias, têm elevado risco de desenvolver uma série de
transtornos.(24) Assim, diante da complexidade da violência e suas
implicações, exige-se uma discussão e reflexão desta temática na
preparação de futuros profissionais de saúde, e frente à enfermagem, a
necessidade de sensibilização deste grupo para uma atuação ética, moral
e legal. Especialmente diante adolescência, o reconhecimento da
abordagem deste fenômeno nas ementas direciona os/as futuros/as
profissionais de enfermagem para intervenção precoce, com elevado
potencial para redução de sequelas e consequências da violência no
presente e futuro. Reforça-se que o contato precoce com profissionais e
serviços de saúde é imprescindível para uma abordagem ágil e eficaz no
acolhimento e atendimento dessa demanda e normatizações técnicas do MS e
dos conselhos de classe orientam profissionais e regulamentam normas
éticas, legais e morais para atuação da enfermagem frente a este agravo.
Além do atendimento garantido, as condutas legais apontam que é dever do
profissional de saúde realizar a notificação de casos confirmados ou
suspeitos de violência. A literatura tem atribuído a subnotificação da
violência ao desconhecimento dos profissionais da saúde acerca de sua
responsabilidade legal. Embora seja um evento de notificação
compulsória, estudo(25) aponta que, mesmo diante da obrigatoriedade em
se registrar o fenômeno, tal procedimento ainda é invisível na rotina
dos profissionais de saúde, na qual a subnotificação está correlacionada
à ausência de informações técnicas e científicas sobre o assunto e à
fatores como desconhecimento acerca da obrigatoriedade da notificação,
temor de represálias do agressor, constrangimento para questionar
detalhes da violência ou banalização dos fatos.
Diante dessa conjuntura e da obrigatoriedade de que todos os serviços de
saúde ofertem uma atenção qualificada a mulheres em situação de
violência, o cenário impõe amplos debates que instituam nos currículos,
o papel do/a enfermeiro/a no enfrentamento do fenômeno. Portanto, é
fundamental que as IES insiram em seus processos formativos aspectos
voltados ao ensino da violência contra a mulher, para seu reconhecimento
e enfrentamento com fins à sua prevenção, fomentada pela colaboração
entre comunidades acadêmicas e práticas entre universitários/as,
docentes e profissionais.
Como considerações finais, tem-se que a violência contra a mulher é uma
questão de saúde pública e, assim, faz-se necessário trabalhar esta
temática durante a formação profissional em saúde, com destaque para a
enfermagem, maior corpo profissional de saúde no Brasil, para que o
enfrentamento ao agravo possa implicar na prevenção e redução de seus
indicadores. Assim, durante as análises frente a presença dos termos
"mulher" e "violência" nas ementas obtidas dos cursos de graduação em
enfermagem constatou-se, em sua maioria, uma conexão desses termos aos
aspectos sexuais e reprodutivos das mulheres (de cunho fisiológico e
patológico) passíveis de intervenção, embora a abordagem de gênero seja
reconhecida como categoria analítica para a compreensão das
vulnerabilidades do público feminino ao adoecimento e à vulnerabilidade
à violência.
Ainda, o estudo permitiu a identificação de lacunas no ensino de
enfermagem frente à violência perpetrada contra o público feminino, uma
vez que não se identificou no material analisado, a abordagem de
temáticas afins à rede de enfrentamento à violência contra a mulher,
itinerários em busca de assistência e rotas críticas de mulheres em
situação de violência por exemplo. Estas são importantes contribuições
da pesquisa, que poderão ser discutidas e analisadas pela comunidade
acadêmica objetivando-se mudança deste cenário.
Apesar de importante, este estudo apresentou limitações, sendo a
carência de material online das IES a principal. Evidencia-se que a
limitação de acesso integral à documentos embasadores do ensino nos
cursos de graduação em enfermagem dificultam a realização de pesquisas
que buscam, em documentos destas instituições, respostas para
questionamentos sociais. Embora se tenha ciência desta limitação, este
trabalho teve o intuito de sensibilizar para o fomento de discussões que
corroborem com uma prática humanizada no serviço e promovam assistência
qualificada às mulheres em situação de violência. Ainda, sugere-se a
importância da continuidade desta pesquisa in lócus nas IES, assim como
o aprofundamento do estudo e das informações fornecidas por discentes e
professores/as.
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