Original Article
Mariano Martínez Espinosa1
Vitesinha Rosa dos Santos Almeida2
Vagner Ferreira do Nascimento3
1 Estatístico, Doutor. Professor Titular do
Departamento de Estatística da Universidade Federal de Mato Grosso
(UFMT) Cuiabá - MT Brasil. Email: marianomphd@gmail.com
https://orcid.org/0000-0002-0461-5673
2 Enfermeira, Mestre. Enfermeira da Vigilância
Sentinela do MS, Cuiabá - MT Brasil. Email: vitesinha@gmail.com.
Autora
correspondente
https://orcid.org/0000-0003-27772118
3 Enfermeiro, Doutor. Professor adjunto III da
Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT) Tangará da Serra - MT
Brasil. Email: vagnernascimento@unemat.br
https://orcid.org/0000-0002-3355-163X
Conflictos de interés: Ninguno
Recibido: Mayo 31, 2021.
Aprobado: Septiembre 3, 2021.
Cómo citar este artículo: Espinosa MM, Almeida VRS,
Nascimento VF. Poor glycemic control and associated factors in diabetic
people attending a reference outpatient clinic in Mato Grosso, Brazil.
Invest. Educ. Enferm. 2021; 39(3):e10.
DOI: https://doi.org/10.17533/udea.iee.v39n3e10.
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0
Abstract
Objective. To identify the proportion of poor of glycemic
control and associated factors among people with type 2 diabetes
attending a regional reference outpatient clinic in Mato Grosso
(Brazil). Methods. This is a cross-sectional
quantitative study based on data from medical records of 338 people with
type 2 diabetes who attend a state reference outpatient clinic in Mato
Grosso (Brazil). Information on glycemic control, sociodemographic
factors, lifestyle and clinical conditions was collected. Results.
The prevalence of elevated glycated hemoglobin was 47.34%. In the
Poisson multiple regression model analysis with robust variance, poor
glycemic control was significantly associated (p<0.05) with the
following factors: insulin use (Prevalence Ratio -PR = 2.03), fasting
glucose ≤70 and ≥100 mg/dL (PR = 2.0), postprandial glucose ≥180 mg/dL
(PR = 1.76), no physical activity (PR = 1.62), the interaction between
age group ≤59 years and the time of disease diagnosis >10 years (PR =
1.58), and presence of arterial hypertension (PR = 0.79). Conclusion.
Most users of the reference outpatient clinic with type 2 diabetes had
poor glycemic control associated with risk factors that alter glycated
hemoglobin and negatively affect the achievement of established glycemic
levels.
Descriptors: type 2 diabetes mellitus; glycated
hemoglobin A; risk factors; control.
Resumo
Objetivo. Identificar la proporción de falta de control
glucémico y los factores asociados entre las personas con diabetes tipo
2 que acuden a un ambulatorio regional de referencia en Mato Grosso
(Brasil). Métodos. Se trata de un estudio transversal
basado en los datos de las historias clínicas de 338 personas con
diabetes tipo 2 atendidas en un ambulatorio estatal de referencia. Se
tomó información del control glucémico, los factores sociodemográficos,
el estilo de vida y las condiciones clínicas. Resultados.
La prevalencia de hemoglobina glicosilada elevada fue del 47.34%. En el
análisis del modelo de regresión múltiple de Poisson con varianza
robusta mostró que el descontrol glucémico estaba significativamente
asociado (p<0.05) con los siguientes factores: el uso de insulina
(Ratio de Prevalencia -RP = 2.03), la glucemia en ayunas ≤70 y ≥100
mg/dL (PR = 2), la glucemia postprandial ≥180 mg/dL (PR = 1.76), la
ausencia de actividad física (PR = 1.62), la interacción entre el grupo
de edad ≤59 años y el tiempo de diagnóstico de la enfermedad >10 años
(PR = 1.58) y la presencia de hipertensión (PR = 0.79). Conclusión.
Una buena parte de los usuarios del ambulatorio de referencia con
diabetes tipo 2 presentaba descontrol glucémico asociado a factores de
riesgo que alteran la hemoglobina glicosilada y afectan negativamente la
consecución de los niveles glucémicos establecidos.
Descriptores: diabetes mellitus tipo 2; hemoglobina A
glucosilada; factores de riesgo; control.
Resumo
Objetivo. Identificar a proporção de falta de controle
glicêmico e fatores associados entre pessoas com diabetes tipo 2 que
visitam um ambulatório de referência regional em Mato Grosso (Brasil). Métodos.
Trata-se de um estudo transversal e quantitativo, com base em dados de
prontuários de 338 pessoas com diabetes tipo 2 atendidas em ambulatório
de referência estadual de Mato Grosso (Brasil). Foi recolhida informação
sobre controlo glicémico, factores socio-demográficos, estilo de vida e
condições clínicas. Resultados. A prevalência de
hemoglobina glicada elevada foi de 47,34%. Na análise do modelo de
regressão múltipla de Poisson com variância robusta, foi demonstrado que
o descontrole glicêmico foi significativamente associado (p<0,05) aos
seguintes fatores: uso de insulina (Razão de Prevalência -RP = 2.03),
glicemia de jejum ≤70 e ≥100 mg / dL (RP = 2.0), glicemia pós-prandial
≥180 mg / dL (RP = 1.76), nenhuma atividade física (RP = 1.62), a
interação entre a faixa etária ≤59 anos e o tempo de diagnóstico da
doença > 10 anos (RP = 1.58) e apresentar hipertensão arterial
(RP = 0.79). Conclusão. Boa parte dos usuários do
ambulatório de referência com diabetes do tipo 2 apresentou descontrole
glicêmico associados a fatores de risco que alteram a hemoglobina
glicada e afeta negativamente o alcance dos níveis glicêmicos
estabelecidos.
Descritores: diabetes mellitus tipo 2; hemoglobina A
glicada; fatores de risco; controle.
Atualmente, cerca de 463 milhões de pessoas têm diabetes no mundo, com
estimativas de que em 2045 poderá alcançar o quantitativo de 700 milhões
de adultos diabéticos. Este cenário também se aplica ao Brasil, que
ocupa a quinta posição na relação dos dez países com maior número de
adultos com diabetes, atrás somente da China, Índia, Estados Unidos e
Paquistão.(1) Especificamente, o diabetes mellitus tipo 2 (DM2),
representa cerca de 90% a 95% de todos os casos de diabetes no mundo
todo, com maiores proporções em países de média e baixa renda.(2) Por
ser uma doença crônica e com potencial incapacitante advindo de suas
complicações, o DM2 pode gerar consequências clínicas, econômicas e
sociais para a pessoa diabética, seus familiares e o sistema de
saúde.(3) O DM2 pode ser resultado de múltiplos fatores, como aspectos
comportamentais (sobrepeso, obesidade, etilismo, tabagismo) alimentação
(carboidratos refinados e açucarados, gorduras saturadas), atividade
física (inatividade física, sedentarismo), conhecimento sobre a própria
condição de saúde/doença e autocuidado (não adesão as ações de promoção
e manutenção à saúde).(4) Em decorrência disso, as pessoas com DM2
encontram dificuldades em controlá-lo em seu cotidiano, o que requer
profissionais capacitados para assisti-las. No Brasil, estudo realizado
em 38 Unidades Básicas de Saúde (UBS) verificou que 69,8% dos
participantes apresentavam DM2 não controlado,(5) assim como em outros
países.(1-6)
Algumas profissões se destacam na assistência junto aos diabéticos. A
enfermagem, por exemplo, lidera esses cuidados, desde a triagem ao apoio
à autogestão e gestão familiar do diabético, identificando facilitadores
e barreiras para o controle do diabetes e recursos para prover cuidados
mais efetivos. Apesar dos enfermeiros não realizarem sozinhos o
diagnóstico de DM, sem a intervenção dos cuidados de enfermagem, a
adesão e manutenção do tratamento, assim como o alcance de novos estilos
de vida, fundamental para o controle glicêmico, pode tornar o
enfrentamento da doença mais dificultoso, dispendioso e deletério para
todos os envolvidos com o diabético. Nesse sentindo, a avaliação e
monitoramento dos níveis glicêmicos de pessoas diabéticas são cuidados
indispensáveis realizados pela enfermagem, e que possuem importante
relação com a redução da taxa de morbidade (9,3%) e de mortalidade
(11.3%) globalmente.(1)
Os cuidados de enfermagem junto aos diabéticos, inclui a solicitação de
exames tanto para o monitoramento da doença quanto ao rastreamento de
complicações. Entre esses exames, a hemoglobina glicada (HbA1c) é
considerada padrão ouro, pois é um biomarcador que permite estimar os
valores glicêmicos por um período de até três meses, diagnosticar a
situação metabólica dos diabéticos, fornecer o direcionamento da
terapêutica e verificar a efetividade do tratamento em pessoas com
DM2.(7,8) Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes,(9) a HbA1c deve
ser realizada no mínimo duas vezes ao ano para indivíduos com controle
glicêmico favorável e no mínimo três vezes para aqueles que apresentam
dificuldades em manter sob controle os níveis glicêmicos. No entanto,
não se pode afirmar que as pessoas com DM2 realizam esse exame
constantemente. No estado de Mato Grosso, situado na região Centro-Oeste
do Brasil, entre os diabéticos com diagnóstico maior que 12 meses, 40%
não realizaram consultas nos últimos três meses, impactando no
monitoramento glicêmico.(10) Na cidade de Cuiabá, capital deste estado,
43% de pacientes diabéticos de uma Unidade Básica de Saúde (UBS)
possuíam HbA1c com valores acima da meta padronizada, achado que indica
a vulnerabilidade dessa população para o manejo inadequado da
doença.(11)
As dificuldades no controle glicêmico é um problema de proporções
alarmantes, que anualmente incrementam ônus extras aos serviços públicos
de saúde, e sobrecarregam unidades de referência. Diante disso, o
objetivo deste estudo foi identificar a proporção de falta de controle
glicêmico e fatores associados entre pessoas com diabetes tipo 2 que
visitam um ambulatório de referência regional em Mato Grosso (Brasil).
Trata-se de um estudo transversal com abordagem quantitativa, realizado
de novembro de 2019 a março de 2020, em um ambulatório de referência
estadual em Mato Grosso. Mato Grosso é o terceiro maior estado
brasileiro em extensão territorial e o maior da região Centro-Oeste,
fazendo parte da Amazônia Legal. O ambulatório escolhido é considerado o
principal na especialidade de endocrinologia neste estado, por acolher e
ser primeira referência para as demandas de 141 municípios, com
acompanhamento regular, de forma gratuita, pelo Sistema Único de Saúde
(SUS). Este ambulatório recebe pacientes direcionados de outros serviços
e os mesmos podem contar com outros especialistas em um mesmo espaço
como, enfermeiros, assistentes sociais, farmacêuticos, nutricionistas e
psicólogos entre outros. Conta ainda com um laboratorial de análises
clínicas e o uso de prontuários eletrônicos que permitem o monitoramento
dessa população diabética.
Foram incluídos neste estudo todos os pacientes maiores de 18 anos, com
definição do diagnóstico médico de DM2 em seus prontuários e que
apresentaram o registro de pelo menos uma realização do exame
laboratorial de Hb1Ac no ano de 2019. Ressalta-se que para a análise do
exame de HbA1c foram considerados os valores dos resultados do último
exame realizado em 2019. A população do estudo foi do tipo censitária,
encontrando no primeiro momento 352 registros, e após a aplicação dos
critérios de inclusão e exclusão, chegou-se ao total de 338 pacientes. A
coleta de dados ocorreu no sistema Aplicativo de Gestão para Hospitais
Universitários (AGHU). Os dados foram extraídos de forma digital,
organizados em uma planilha com data da coleta, e subdivisões
(demográfico, laboratório “exames” e de diagnóstico clínico). Houve
ainda o cuidado de incluir o número do prontuário para evitar a
duplicação. Este processo foi realizado por um dos pesquisados,
previamente treinado.
Nesse sistema, encontram-se vários módulos como: o módulo Prontuário
Online do Paciente (POL) e o módulo ambulatório assistencial. O POL
contém as informações do paciente, as quais estão disponibilizadas
eletronicamente, de forma clara e com controle de privacidade. Esse
módulo, dá acesso aos dados cadastrais, histórico clínico, diagnósticos
e assistência realizada (procedimentos, consultas, prescrições, exames,
orientações e demais atividades do paciente nesse ambulatório). Entre as
variáveis do estudo, a variável dependente correspondeu ao controle
glicêmico, sendo categorizada de acordo com a Sociedade Brasileira de
Diabetes,(9) de modo que os participantes adultos de 18 a 59 anos com
HbA1c menor que 7% foram considerados com controle glicêmico adequado e
aqueles com HbA1c maior ou igual a 7%, com controle glicêmico
inadequado. E em idosos acima de 60 anos, quando esteve superior de
8,5%, considerou-se como controle inadequado.
As variáveis independentes incluíram: (i) Aspectos sociodemográficos.
Sexo (masculino e feminino); idade (18 a 59 anos e 60 anos ou mais); cor
da pele (não branca e branca); situação conjugal (sem companheiro e com
companheiro); escolaridade (sem informação, menor ou igual a 8 anos e
maior que 8 anos); procedência (outros municípios e município de
Cuiabá); (ii) Estilo de vida. Prática de atividade física: não
(quando o indivíduo realizou atividade física menos de duas ou nenhuma
vez por semana); sem informação (quando o indivíduo não indicou se
realizou ou não atividade física); e sim (quando o indivíduo realizou
atividade física no mínimo duas vezes por semana);(12) e (iii) Condições
clínicas.Glicemia pós-prandial (maior ou igual a 180 mg/dL e menor que
180 mg/dL) e a glicemia em jejum (GJ) (menor ou igual a 70 mg/dL, maior
que 100 mg/dL, e de 70 a 100 mg/dL); (9) uso de insulina (sim e
não); tempo de diagnóstico (maior que 10 anos e menor ou igual a 10
anos); doenças cardiovasculares: alto risco (para aqueles com histórico
de desenvolvimento de doenças cardiovasculares), doença cardiovascular
(quando o indivíduo tinha em seu histórico o diagnóstico de infarto
agudo do miocárdio, angina, insuficiência cardíaca) e não (para aqueles
com histórico de ausência de risco); hipertensão arterial sistêmica: sim
(com histórico de diagnóstico) e não (sem histórico de diagnóstico);
amputação: sim (com histórico) e não (sem histórico); obesidade (sim e
não) - mensurada com base do cálculo do índice de massa corpórea (IMC) e
classificada em grau I, grau II e grau III quando o IMC ≥ 30 kg/m;
internação: sim (internação pelo DM2 no último ano) e não (sem
internação pelo DM2 no último ano); retinopatia; neuropatia e
nefropatia; úlceras; dislipidemia; psicológicos (ansiedade e depressão).
Estas últimas foram categorizadas em sim (com histórico de diagnóstico)
e não (sem histórico de diagnóstico). As condições clínicas dos
indivíduos constavam nos prontuários e foram identificadas pelo
diagnóstico médico.
Os dados foram organizados em planilhas do programa Microsoft Excel
versão 2013, por digitação dupla e posteriormente conferidos,
utilizando-se a ferramenta Data Compare. Na sequência, houve a
importação para o programa estatístico, Statistical Package for the
Social Sciences (SPSS), versão 20, para as análises. Na análise das
associações entre a variável dependente e as variáveis independentes,
foi inicialmente realizada análise bivariada, utilizando o teste
qui-quadrado e razões de prevalências brutas, com seus respectivos
intervalos de confiança de 95%. Após análise bivariada, foi considerada
uma análise múltipla utilizando o modelo de regressão múltiplo de
Poisson com variância robusta. Neste modelo foram introduzidas todas as
variáveis independentes que apresentaram p<0.20 na análise bivariada,
utilizando o processo stepwise forward. Em todas as inferências foram
considerados níveis de significância menores ou iguais a 5% e confiança
de 95%.
Destaca-se que a coleta dos dados iniciou somente após a aprovação do
Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (CEP) com CAAE:
22270519.2.0000.5541 e parecer n. 3.675.333, tendo o termo de
autorização para uso das informações dos prontuários.
Entre os participantes do estudo, a maioria eram pessoas do sexo
feminino (73.08%), com idade média de (58.07) anos e desvio padrão de
10.95, quase metade de todos os pacientes (47.34%) apresentaram níveis
glicêmicos descontrolados. O descontrole glicêmico também foi mais
prevalente entre as mulheres (48.18%), não brancas (47.62%), com
escolaridade inferior a oito anos de estudo (43.46%), que viviam com
companheiro (47.35%) e procedentes de outros municípios (56.79%). Na Tabela 1, o controle glicêmico não adequado teve
associação com a idade dos participantes (p<0.001). Neste caso, a
HbA1c alterada foi 0.80 vezes mais prevalente entre aqueles com idade ≤
59 anos.
Tabela 1. Razões de prevalência bruta
dos fatores sociodemográficos associados à elevação do exame de
hemoglobina glicada. Cuiabá, Mato Grosso, Brasil, 2020.
Fatores |
Categoria |
Hemoglobina glicada |
RPb |
IC 95% |
p-valor |
||||
Com elevação |
Normal |
|
|
||||||
n |
% |
n |
% |
|
|||||
Sexo (n=338) |
Masculino |
41 |
45.05 |
50 |
54.95 |
0.94 |
[0.72 ; 1.21] |
0.610 |
|
|
Feminino |
119 |
48.18 |
128 |
51.82 |
1.00 |
- |
- |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Idade (n=338) |
≤59 anos |
97 |
62.18 |
59 |
37.82 |
1.80 |
[1.42 ; 2.27] |
<0.001 |
|
|
60 anos ou mais |
63 |
34.62 |
119 |
65.38 |
1.00 |
- |
- |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Cor da pele (N=332) |
Não branca |
150 |
47.62 |
165 |
52.38 |
1.16 |
[0.65 ; 2.07] |
0.604 |
|
|
Branca |
7 |
41.18 |
10 |
58.82 |
1.00 |
- |
- |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Situação conjugal |
Sem companheiro |
45 |
45.92 |
53 |
54.08 |
0.97 |
[0.75 ; 1.25] |
0.813 |
|
(n=324) |
Com companheiro |
107 |
47.35 |
119 |
52.65 |
1.00 |
- |
- |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Anos de escolaridade |
Sem informação |
24 |
58.54 |
17 |
41.46 |
1.11 |
[0.79 ; 1.56] |
0.554 |
|
(n=327) |
≤8 anos |
93 |
43.46 |
121 |
56.54 |
0.82 |
[0.63 ; 1.08] |
0.170 |
|
|
>8 anos |
38 |
52.78 |
34 |
47.22 |
1.00 |
- |
- |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Procedência |
Outros municípios |
46 |
56.79 |
35 |
43.21 |
1.28 |
[1.01 ; 1.62] |
0.051 |
|
(n=338) |
Cuiabá |
114 |
44.36 |
143 |
55.64 |
1.00 |
- |
- |
** RPb: Razão de prevalência bruta. IC 95%: intervalo de confiança de 95%. p: Nível de significância considerando a distribuição de Qui-Quadrado.
Na Tabela 2, há associação estatisticamente
significativa do descontrole glicêmico com as categorias: não realiza
atividade física, glicemia pós-prandial ≥180 mg/dL, glicemia em jejum
≤70 e ≥100 mg/dL, sim para o uso de insulina, tempo de diagnóstico
>10 anos e Alto Risco doenças cardiovasculares.
Tabela 2. Razões de prevalência bruta dos fatores do estilo de vida e de condições clínicas associados à elevação do exame de hemoglobina glicada. Cuiabá, Mato Grosso, Brasil, 2020
Categoria |
Hemoglobina glicada |
RPb |
IC 95% |
p-valor |
|||
Com elevação |
Normal |
||||||
n |
% |
n |
% |
||||
Atividade física(n=315) |
|
|
|
|
|
|
|
Não |
118 |
56.46 |
91 |
43.5 |
1.87 |
[1.37 ; 2.56] |
<0.001 |
Sem informação |
10 |
43.48 |
13 |
56.5 |
1.44 |
[0.83 ; 2.49] |
0.218 |
Sim |
32 |
30.19 |
74 |
69.8 |
1.00 |
- |
- |
Glicemia pós- prandial (n=297) |
|
|
|
|
|
|
|
≥180 (mg/dL) |
105 |
63.25 |
61 |
36.75 |
2.30 |
[1.70 ; 3.11] |
<0.001 |
<180 (mg/dL) |
36 |
27.48 |
95 |
72.52 |
1.00 |
- |
- |
Glicemia em jejum(n=334) |
|
|
|
|
|
|
|
≤70 e ≥100 (mg/dL) |
147 |
51.40 |
139 |
48.60 |
2.24 |
[1.32 ; 3.81] |
<0.001 |
De 70 a 100 (mg/dL) |
11 |
22.92 |
37 |
77.08 |
1.00 |
- |
- |
Uso de Insulina (n=338) |
116 |
62.70 |
69 |
37.3 |
2.18 |
[1.66 ; 2.87] |
<0.001 |
Tempo de diagnóstico (n=335) |
|
|
|
|
|
|
|
>10 anos |
72 |
55.38 |
58 |
44.6 |
1.29 |
[1.04 ; 1.61] |
0.026 |
≤10 anos |
88 |
42.93 |
117 |
57.1 |
1.00 |
- |
- |
Doenças cardiovasculares (n=338) |
|
|
|
|
|
|
|
Alto Risco |
79 |
55.63 |
63 |
44.37 |
1.42 |
[1.12 ; 1.79] |
0.004 |
Doenças |
11 |
61.11 |
7 |
38.89 |
1.55 |
[0.90 ; 2.34] |
0.074 |
Não |
70 |
39.33 |
108 |
60.67 |
1.00 |
- |
- |
Hipertensão arterial sistêmica (n=338) |
114 |
44.53 |
142 |
55.5 |
0.79 |
[0.63 ; 1.01] |
0.068 |
Amputação (n=338) |
2 |
22.22 |
7 |
77.8 |
0.46 |
[0.14 ; 1.58] |
0.126* |
Obesidade (n=338) |
72 |
52.17 |
66 |
47.8 |
1.19 |
[0.95 ; 1.48] |
0.139 |
Internação (n=338) |
6 |
75.00 |
2 |
25.00 |
1.61 |
[0.68 ; 2.44] |
0.156* |
Retinopatia (n=338) |
23 |
54.76 |
19 |
45.2 |
1.18 |
[0.88 ; 1.60] |
0.303 |
Neuropatia (n=338) |
9 |
56.25 |
7 |
43.75 |
1.20 |
[0.77 ; 1.88] |
0.464 |
Nefropatia (n=338) |
15 |
41.67 |
21 |
58.3 |
0.87 |
[0.58 ; 1.30] |
0.471 |
Ulceras (n=338) |
13 |
54.17 |
11 |
45.8 |
1.16 |
[0.79 ; 1.70] |
0.487 |
Dislipidemia (n=338) |
81 |
48.21 |
87 |
51.8 |
1.04 |
[0.83 ; 1.30] |
0.748 |
Psicológicos ansiedade e depressão (n=338) |
36 |
47.37 |
40 |
52.63 |
1.00 |
[0.77 ; 1.31] |
0.995 |
* RPb: Razão de prevalência bruta. IC 95%: intervalo de confiança de 95%. p: Nível de significância considerando a distribuição de Qui-Quadrado. *: Teste exato de Fisher.
Na análise, ajustada pelo modelo de regressão múltipla de Poisson com
variância robusta, as categorias que mantiveram associadas permaneceram
à elevação dos resultados do exame da hemoglobina glicada os fatores:
uso de insulina, glicemia em jejum ≤70 e ≥100 mg/dL, glicemia
pós-prandial ≥180 mg/dL, não realizar atividade física, a interação
entre faixa etária ≤59 anos e o tempo de diagnóstico da doença >10
anos, procedência, hipertensão arterial (Tabela 3).
Tabela 3. Razões de prevalência ajustadas dos fatores associados à elevação do exame de hemoglobina glicada. Cuiabá, Mato Grosso, Brasil, 2020
Categoria |
RPa |
IC 95% |
p-valor |
Uso de Insulina |
|
|
|
Sim |
2.03 |
(1.54 ; 2.69) |
<0.001 |
Não |
1.00 |
- |
- |
Glicemia em jejum |
|
|
|
≤70 e ≥100 (mg/dL) |
2.00 |
(1.23 ; 3.27) |
0.006 |
De 70 a 100 (mg/dL) |
1.00 |
- |
- |
Glicemia pós-prandial |
|
|
|
≥180 (mg/dL) |
1.76 |
(1.35 ; 2.29) |
<0.001 |
<180 (mg/dL) |
1.00 |
- |
- |
Atividade física |
|
|
|
Não |
1.62 |
(1.21 ; 2.16) |
0.001 |
Sem informação |
1.06 |
(0.63 ; 1.79) |
0.825 |
Sim |
1.00 |
- |
- |
Interação entre a faixa etária e tempo de diagnóstico da doença
|
|
|
|
≤59 anos e >10 anos |
1.58 |
(1.01 ; 2.46) |
0.046 |
60 anos ou mais e ≤10 anos |
1.00 |
- |
- |
Procedência |
|
|
|
Outros municípios |
1.41 |
(1.13 ; 1.76) |
0.003 |
Cuiabá |
1.00 |
- |
- |
Faixa etária |
|
|
|
≤59 anos |
1.39 |
(1.05 ; 1.83) |
0.021 |
60 anos ou mais |
1.00 |
- |
- |
Tempo de diagnóstico |
|
|
|
>10 anos |
0.76 |
(0.52 ; 1.11) |
0.163 |
≤10 anos |
1.00 |
- |
- |
Hipertensão arterial sistêmica |
|
|
|
Sim |
0.79 |
(0.64 ; 0.98) |
0.033 |
Não |
1.00 |
- |
- |
RPa: razão de prevalência ajustada pelo modelo de regressão múltipla de Poisson com variância robusta. IC: intervalo de confiança.
A
prevalência dos níveis glicêmicos descontrolados deste estudo (47.34%) é
menor que os valores encontrados em outras pesquisas do Brasil, como na
região Sul (69.08%)(5) e região Sudoeste-BR (70.2%), (6) onde
apresentaram alterações na HbA1c, e também em outras localidades do
mundo como na Etiópia Ocidental, em que (59.05%) possuíam controle
glicêmico inadequado.(13) Acredita-se que essa menor prevalência entre
os participantes do estudo se relaciona ao atendimento e acompanhamento
fornecido por este tipo de serviço de referência, no qual possui
estratégia terapêutica fundamentada em práticas de autocuidado para o
controle glicêmico. Além disso, por se tratar de um serviço que integra
as dependências de um hospital universitário, desenvolvem atividades
educativas e de formação profissional contínua, com atendimentos guiados
por perspectivas de cuidados holísticos, globais e multiprofissionais,
em que processos criativos de orientação, acompanhamento e intervenção
são testados, repensados e transformados em projetos terapêuticos mais
viáveis para a manutenção dos parâmetros adequados de glicemia e
prevenção de complicações.(14)
É importante que o serviço de referência seja utilizado sempre que as
condições clínicas dos diabéticos indicarem essa necessidade, sem que a
integração referência-contra-referência seja dispensada. Contudo,
considerando que o diabetes é uma condição sensível ao serviço de
atenção básica, intervenções de prevenção secundária também devem ser
priorizadas pelo mesmo. Vários fatores que atingem os níveis glicêmicos
têm relação linear com serviço de atenção básica, como a repetição da
prescrição médica sem reforço das orientações acerca da terapêutica a
ser usada, falta de gerenciamento das indicações para mudanças nos
hábitos de vida e ainda o pouco contato com os pacientes que frequentam
esporadicamente o serviço de saúde.(15) No entanto, diante do grande
escopo de ações da atenção básica faz-se necessário apontar algumas
fragilidades que o serviço enfrenta, como a alta rotatividade de
profissionais de saúde, carência de infraestrutura adequada, baixa
densidade tecnológica, fragilidade dos sistemas de apoio ao diagnóstico,
assim como a monitoração de uma doença crônica, como diabetes.
A associação da elevação da HbA1c como uso de insulina foi semelhante ao
verificado em outros estudos nacionais(6-11) e internacionais.(13-16)
Denota-se que o uso de insulina nessa população não está apresentando
eficácia para a manutenção dos níveis glicêmicos adequados, pois o
controle do DM2 vai além da terapêutica medicamentosa. Os diabéticos
enfrentam entraves que a própria insulinização impõe, como as
repetitivas injeções e os desconfortos respectivos, a falta de insumos
(materiais) ou acesso ao tratamento em âmbito domiciliar, a dificuldade
em manter a regularidade e adesão à terapêutica (alimentação, medicação
e atividade física) e o entendimento sobre a doença e suas
consequências, o que também interfere no controle glicêmico.(17) Ainda
assim, cabe destacar que o uso de insulina revolucionou o tratamento do
agravo e os benefícios advindos com o uso regular, sistemático e
adequado proporcionou melhor qualidade de vida para os pacientes
diabéticos.
O presente estudo aponta uma associação significativa entre as
alterações da HbA1c com a glicemia pós-prandial e a glicemia de jejum.
As glicemias fora da sua normalidade afeta o controle da HbA1c e este
achado foi pouco observado em outros estudos, é sem dúvida um
diferencial que requer maior atenção acerca da percepção profissional
para este fato e exige um manejo adequado da atual condição, como
indicação de insulinas de ação mais rápida, se for o caso.(18) e o uso
de outras estratégias como aponta um estudo na China identificou que 20
minutos de caminhada pós-jantar, com intensidade moderada, pode melhorar
a hiperglicemia pós-prandial, as excursões glicêmicas e a normalização
da glicemia de jejum em pacientes com DM2, sem risco potencial de
hipoglicemia.(19)
Quanto a associação da HbA1c elevada com a inatividade física, também
foi evidenciado em um estudo realizado no sudoeste da Bahia, Brasil.(4)
Essa associação era esperada, uma vez que evidências mostram que
indivíduos inativos ou com baixo nível de atividade física apresentam
pior nível glicêmico.(20) A atividade física é um dos pilares no
tratamento das doenças crônicas não transmissíveis, pois ela traz
benefícios na redução dos índices de mortalidade por doenças
cardiovasculares e a na prevenção de complicações. Portanto,
recomenda-se a defesa e ampliação da nova diretriz sobre atividade
física e comportamento sedentário de 2020.(12)
No entanto, é essencial aprofundar qual significado da atividade física
e saúde está sendo estabelecido entre profissionais e pacientes, tendo
por base a literacia em saúde que integra níveis de processamento de
informações para o processo de tomada de decisão. Avaliar como está
sendo compreendido e aplicado as informações para manter ou melhorar a
saúde é determinante no processo saúde-doença. Indivíduos diabéticos com
baixa literacia em saúde são mais tendenciosos a terem complicações
resultantes do descontrole glicêmico, isto porque, quanto menos recursos
de informação menos adesão às ações de promoção da saúde.(21) Outro
aspecto importante é a individualidade do paciente, pois nem todos e de
igual forma tem condições de realizar atividade física com regularidade,
mesmo que de baixa intensidade e sem custo. Contudo, os diabéticos devem
ser estimulados sempre que possível e forem capazes, uma vez que,
reduzir comportamentos sedentários é o melhor para se obter resultados
positivos na saúde.(12)
Em relação à faixa etária, adultos mais jovens diagnosticados com
diabetes há mais de 10 anos eram mais propensos a ter um pior controle
glicêmico em comparação com pacientes com duração relativamente mais
curta (<10 anos) de diabetes e com mais idade. Indivíduos na faixa
etária de 40 a 60 anos com duração mais longa do agravo (>10 anos)
constituem uma proporção maior de pacientes com descontrole glicêmico
quando comparados com aqueles de faixa etária diferentes.(16-22) Esta é
uma realidade mais recente, pois, historicamente, o descontrole
glicêmico era mais prevalente em idosos, porém, atualmente observa-se um
aumento na incidência de diabetes em jovens.(9) Com a transformação dos
estilos de vida e aproximação com novos recursos de cuidado, houve o
aumento da longevidade desse grupo e mortes prematuras de mais jovens,
em razão da exposição a fatores de risco (obesidade, hipoatividade,
etilismo, tabagismo, outro fator que pode ser atribuído é mau uso das
tecnologias do mundo contemporâneo, somado a indisponibilidade de tempo
para realizar atividade física, automedicação e outros).(23) A
hipertensão se associou ao descontrole glicêmico, fato observado em
outro estudo.(5) A hipertensão e o DM2 são agravos de alta cronicidade,
que quando instalados conjuntamente ampliam os riscos de agravamento e
deterioração de órgãos vitais. Nesse contexto, uma das estratégias para
minimizar tais riscos se apoia na busca de faltosos de consultas
agendadas, no levantamento de hospitalizações de hipertensos e
diabéticos da comunidade, e no acionamento da rede de apoio formal e
informal dessas pessoas, a fim de acompanhar e fortalecer o elo de
cuidado.
No presente estudo, a complexidade dos fatores associados ao descontrole
glicêmico identificados, para além dos subsídios à prática profissional
e científica, desvelam a diversidade encontrada nesse ambiente de
cuidado e a riqueza para a formação de enfermeiros que vivenciam essa
realidade, por tratar de um campo de desenvolvimento e aprimoramento
contínuo de habilidades técnicas para alunos, docentes e profissionais
de saúde. É também uma oportunidade para professores, tutores e
preceptores de enfermagem perceberem e intervirem nas fragilidades do
estudante de enfermagem no acompanhamento de pacientes com esse perfil
clínico, considerado uma das maiores demandas da Atenção Primária à
Saúde (APS) no Brasil. Estudo recente realizado nos Estados Unidos
(EUA), ressaltou que durante a consulta de enfermagem, estudantes mais
velhos e experientes realizavam menos perguntas ao diabético, mas 32%
mostram mais empáticos e 76% mais orientativos do que seus colegas mais
jovens, cenário que também faz refletir sobre níveis e nivelamentos dos
estudantes de enfermagem ao longo da formação acadêmica para o cuidado
com esses pacientes.(24) Identificar essas particularidades que
interferem no cuidado terapêutico do diabético podem também sinalizar
falhas na formação dos profissionais, já que a forma e manejo de
doenças, entre outros aspectos, tem relação com a percepção da gravidade
e importância atribuída pelos profissionais.
Indiscutivelmente, a enfermagem é munida de saberes e teorias que
direcionam e fundamentam o cuidado em saúde, essência que fomenta o
relacionamento interpessoal e a criação de vínculos duradouros, que dá
sustentação a novos estilos de vida e bem-estar do diabético. Nesse
âmbito, pensar na formação do enfermeiro diante da prevalência de
diabéticos no mundo, deve-se recorrer às premissas da profissão, que
atua não somente após a confirmação do diagnóstico clínico, mas na
prevenção do agravo e no equilíbrio das relações homem-.natureza. Nessa
direção, considerando o advento de tecnologias que se fortaleceram
durante a pandemia da COVID-19, enfermeiros e acadêmicos de enfermagem
podem se empoderar da telenfermagem, como recurso que alcança populações
pouco acessíveis ou distantes dos serviços de saúde, potencializa os
efeitos da educação em saúde, e complementa as medidas de acompanhamento
e vigilância. E no reconhecimento dos fatores associados ao descontrole
glicêmico, essa e outras tecnologias de cuidado podem melhorar a
sistematização da assistência de enfermagem, e em consequência, prever e
prevenir a evolução negativa da doença.
Conclusões. Esse estudo revelou que boa parte dos usuários do
ambulatório de referência com DM2 apresentou descontrole glicêmico e
fatores associados com alteração da HbA1c, indivíduos adultos mais
jovens, inativos fisicamente, hipertensos, aqueles que usavam insulina,
com alterações nos exames de glicemia em jejum e pós-prandial, assim
como a interação entre faixa etária com maior tempo de diagnóstico do
agravo. Os achados indicaram que indivíduos diabéticos que não mantêm os
níveis glicêmicos sob controle apresentam vulnerabilidade para um
prognóstico ruim, devido ao manejo inadequado. Nesse âmbito, destaca-se
que os serviços de saúde seja de APS, seja serviço de referência para
diabéticos devem ser circunspectos em todas as condições para o alcance
desejável da HbA1c, para prevenir as complicações, reduzir a
morbimortalidade e minimizar o impacto na saúde pública. Para tanto, há
que se intervir coletivamente sobre os fatores de risco, e não somente
no ambiente de cuidado, mas nos contextos de formação acadêmica e
capacitação profissional.
Como limitação do estudo, destacou-se a ausência de variáveis
sociodemográficas, tais como, renda, ocupação profissional e história
familiar, que poderiam elucidar melhor esse cenário de descontrole
glicêmico. Contudo, identificou-se pela primeira vez nesse estado
brasileiro, as variáveis associadas ao descontrole glicêmico em pessoas
com DM2 nesse perfil de serviço de saúde. E pela importância dos
achados, novas pesquisas devem ser realizadas, na perspectiva de
fornecer maiores evidências para o cuidado ao diabético, e com isso,
reduzir o quantitativo de encaminhamentos para serviços de referência.
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