Esporte para a paz, Estado e sociedade: torcedores de futebol na Colômbia e no México
Palavras-chave:
antropologia do esporte, torcidas de futebol, esporte e desenvolvimento, esporte e paz, esporte e violência, governoResumo
No México, alguns setores econômicos cooptaram os torcedores de futebol por meio do clientelismo, embora eles frequentemente resistam e busquem outras formas de expressão social. A relação entre os torcedores, o clientelismo e a violência devem ser estudados a partir da perspectiva das próprias torcidas organizadas. Por outro lado, embora o Estado colombiano também tenha cooptado iniciativas da sociedade civil relacionadas ao esporte para controlar e moldar a população (Ruiz Patiño, 2010), alguns torcedores aprenderam a se organizar para construir uma identidade social e política. Portanto, no contexto do esporte pela paz, esta pesquisa compara a relação entre o Estado e a sociedade civil no México e na Colômbia por meio de clubes de torcedores de futebol. Analisamos como os torcedores e os agentes estatais desses países se relacionam com a produção, o controle, a sublimação, a negociação e a transformação da violência. Realizamos entrevistas em profundidade com membros de torcidas de futebol e acadêmicos que pesquisaram esses grupos e analisaram processos históricos envolvendo o Estado, a violência, a sociedade civil e o esporte no México e na Colômbia. Nosso estudo mostra que as relações clientelistas históricas no México, entendidas como um fato social total, levaram um setor de clubes de torcedores de futebol a se integrar a essas relações, enquanto outros grupos optaram por se distanciar e resistir a qualquer processo associado ao Estado. Algumas dessas ações são consideradas violentas e geram reações oficiais punitivas. Por outro lado, a Constituição Política da Colômbia de 1991 promoveu a descentralização de entidades territoriais e orçamentos participativos, o que gerou negociações entre membros de grupos de torcedores de futebol e atores políticos que resultaram em acordos para reduzir a violência e a cultura de torcedores que operam com recursos do Estado. Para concluir, apresentamos dados e reflexões que fornecem informações sobre a relação entre esporte e paz, a fim de compreender que as formas como os grupos de torcedores de futebol e os agentes do Estado se relacionaram com a violência no México e na Colômbia variam de acordo com as particularidades históricas, políticas e culturais de cada país, como o conflito armado interno, os discursos de paz, a presença do Estado nos territórios, as formas de organização comunitária e o clientelismo.
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Referências
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