A Educação Física na área das Linguagens: possibilidades e limites do currículo cultural no Novo Ensino Médio

Resumo

Em consonância com o movimento de implementação da Base Nacional Comum Curricular (Ministério da Educação, 2018), o documento curricular do Estado de São Paulo para o Ensino Médio, o chamado Currículo Paulista (Governo do Estado de São Paulo, 2020), adota a perspectiva cultural que inclui a Educação Física na área de Linguagens (Neira e Nunes, 2022), embora não existam pesquisas que sustentem tal proposta nessa etapa da educação básica, sobretudo num currículo integrado. Para preencher a dupla lacuna da produção científica e da experimentação pedagógica, e verificar as possibilidades, limites e necessidades de adequação do currículo cultural ao Novo Ensino Médio, desde o início de 2022 está em curso uma pesquisa-ação (Franco, 2005) em três escolas da periferia de São Paulo, para apoiar os professores nessa implementação. Os registros das reuniões com os docentes e a transcriação das observações das aulas foram submetidos à uma análise pós-estruturalista (Cherryholmes, 1993) e confrontados com a teoria curricular cultural da Educação Física (Neira, 2019). Os resultados evidenciam não apenas a força da proposta nessa área, mas também a ampliação de sua epistemologia e a diversificação de sua metodologia, devido ao tratamento pedagógico da ocorrência social das práticas corporais que compõem ou não o repertório das comunidades escolares.