Formação de professores no capitalismo de plataforma e no governo por algoritmo: entre a sujeição por delegação de funções e a resistencia

Resumo

Hoje vivemos em uma era marcada pela presença avassaladora das novas tecnologias de comunicação, que estão presentes em quase todas as áreas da vida social. A revolução digital, acelerada durante e após a pandemia, transformou algumas características de nosso comportamento a tal ponto que estar “on-line” é praticamente equivalente a estar vivo, e as plataformas digitais se tornaram uma nova instituição social que determina novos modos de “agência de subjetividade”. Deve-se observar que esse processo faz parte de um novo momento do capitalismo neoliberal, conhecido como capitalismo de plataforma ou capitalismo de vigilância. O estímulo constante para estar conectado levou a um processo de delegação de funções cerebrais sem precedentes na história da humanidade. A principal característica disso é a "cerebralização" do sujeito e sua consequente "descorporificação". As promessas libertadoras da inteligência artificial generativa para a educação estão diretamente relacionadas à matemização e à colonização algorítmica do pensamento e da vida. Já podemos enxergar as implicações desse processo no campo da formação humana e, em particular, mas não apenas, na formação de professores de educação física, e precisamos pensar criticamente para estabelecer outros usos possíveis dessas tecnologias, que não sejam regidos pela “governamentalidade algorítmica”, mas pela “inventividade” e pela deambulação dos sujeitos corporais em relação e em situação.