Perfil sócio-econômico e conhecimiento etnobiológico do catador de carangueo-uça, Ucides cordatus (Linnaeus, 1763), nos manguezais de Iguape (24º41's), sp, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.17533/udea.acbi.329537Palavras-chave:
caranguejo, Etnozoología, etnobiologia, brachyra, ocypodidae, UcidesResumo
O presente estudo visa traçar o perfil sócio-econômico do catador de caranguejo do município de Iguape, SP, Brasil (24° 41’ S), além de registrar sua percepção em relação a etnoespécie e ao manguezal. Foram realizadas entrevistas utilizando um questionário estruturado, constituído por questões abertas e fechadas que abordavam o aspecto social, formas ou técnicas de captura, biologia do caranguejo-uçá, defeso pesqueiro, cadeia trófica e sobre a conservação dos manguezais. No período de agosto a novembro de 2000, foram entrevistados dezassete catadores, correspondendo a 42.5% da comunidade que se ocupa da extração de U. cordatus em Iguape. A idade dos catadores variou de 16 a 58 anos, sendo 88% do sexo masculino. A maioria não possui o ensino fundamental completo e sobrevive da exploração e comercialização do recurso, com uma renda média familiar de US$160.00/mês, superior àquela que caracteriza os 10% mais pobres da população (IBGE, 1999). As informações etnobiológicas foram confrontadas com os dados científicos mensais obtidos de outubro de 1998 a setembro de 2000, ocorrendo 70% de coincidência entre eles. A maioria dos catadores sabia do defeso da espécie (70.6%), porém 41.7% desconhecia o período correto, o que é uma deficiência do método verbal de sua divulgação junto a estes profissionais, ocorrendo deturpação durante sua transmissão. Várias aves, mamíferos e peixes foram mencionados durante as entrevistas, como a saracura (15%), o guaxinim (40%) e o robalo (2.5%), respectivamente, demonstrando a percepção do catador sobre a cadeia trófica relacionada ao caranguejo-uçá no manguezal. As informações obtidas ressaltam a importância do desenvolvimento de trabalhos na mesma linha junto às comunidades tradicionais, já que os estudos etnobiológicos são de extrema utilidade na elaboração de hipóteses que podem ser testadas cientificamente, podendo ser utilizadas na definição de políticas de uso e manejo sustentável de determinado recurso natural.
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