A toxicomania entre a determinação diagnóstica e a indeterminação do gozo do corpo
DOI:
https://doi.org/10.17533/udea.affs.v15n28a07Palavras-chave:
psicanálise, toxicomania, diagnóstico, sintoma, mais-de-gozarResumo
O presente artigo procura abordar a atual problemática diagnóstica que envolve a relação do sujeito com as drogas. Tendo em vista, que o diagnóstico em toxicomania se encontra, amplamente, envelopado pela plataforma diagnóstica da dependência química. Pretende-se, portanto, no que concerne à clínica psicanalítica, posicionar uma crítica da razão diagnóstica pelo aporte teórico-clinico da psicanálise freudo-lacaniana. Neste sentido, a localização da toxicomania como uma nova forma de nomeação do sintoma, que implica um mais-de-gozar particular, apresenta-se como uma das principais e profícuas contribuições da psicanálise a uma clínica para além da descrição sintomatológica. Com efeito, tanto a droga quanto a toxicomania surgem como efeitos discursivos na era da ciência, ou seja, despontam no espaço vazio que deixa a ignorância do gozo do corpo.
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