Abandonados e Pervertidos, ou em perigo de o ser: biopoder e práticas de normalização dos menores enviados à Penitenciária de Florianópolis (Santa Catarina, década de 1930)

Autores

  • Viviane Trindade Borges Universidade do Estado de Santa Catarina

DOI:

https://doi.org/10.17533/10.17533/udea.trahs.n8a09

Palavras-chave:

menores, biopoder, penitenciária, controle social.

Resumo

O trabalho de organização dos prontuários de sentenciados da penitenciária Florianópolis, iniciado em 2012, vem possibilitando uma série de estudos voltados à temática do controle social. Entre as questões suscitadas, o problema dos menores em conflito com a lei tem sido uma preocupação. Da inauguração da instituição, em 1930, até a criação do Abrigo de Menores do estado, em 1940, os menores infratores sentenciados eram internados na penitenciária. O presente artigo objetiva problematizar a dinâmica institucional e as estratégias de biopoder e normalização voltadas aos menores em conflito com a lei durante a década de 1930.

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Biografia do Autor

Viviane Trindade Borges, Universidade do Estado de Santa Catarina

Doctora en Historia por la Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Brasil). Es profesora Adjunta de la Universidade do Estado de Santa Catarina (Brasil).

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Publicado

2016-07-22

Como Citar

Borges, V. T. (2016). Abandonados e Pervertidos, ou em perigo de o ser: biopoder e práticas de normalização dos menores enviados à Penitenciária de Florianópolis (Santa Catarina, década de 1930). Trashumante. Revista Americana De Historia Social, (8), 176–199. https://doi.org/10.17533/10.17533/udea.trahs.n8a09

Edição

Seção

Historia social de la infancia