«Brava gente brasiliana» (II): o discurso brasilianista e seus equívocos lexicológicos

Autores

  • Marcos Paulo Santa Rosa Matos Universidade Federal de Sergipe https://orcid.org/0000-0002-1437-1385
  • Itana Virginia Souza Cruz Universidade Federal de Sergipe
  • Cleida Emilia Faye Pedrosa Universidade Federal de Sergipe

DOI:

https://doi.org/10.17533/udea.lyl.n82a08

Palavras-chave:

identidade nacional do Brasil, movimientos separatistas, significação dos gentílicios, distinção entre sufixos, lexicologia da língua portuguesa

Resumo

Este trabalho analisa os argumentos lexicológicos adotados por movimentos ufanistas e separatistas do Brasil para distinguir os adjetivos brasiliano e brasileiro e defender a adoção daquele em detrimento deste último: i) o sufixo –eiro denota profissão ou ofício, não formando gentílicos e possuindo conotação pejorativa; ii) o sufixo –ano é, por excelência, o formador de gentílicos em língua portuguesa, homologamente ao que ocorre em outras línguas. Para tanto, discorremos sobre a formação do adjetivo pátrio brasileiro e seu emprego como signo de nacionalidade, bem como investigamos os valores morfossemânticos dos sufixos –eiro e –ano.

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Biografia do Autor

Marcos Paulo Santa Rosa Matos, Universidade Federal de Sergipe

Possui Graduação em Letras (Língua Portuguesa) e em Direito pela Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Graduação em Filosofia pela Faculdade João Calvino, Mestrado em Letras pela Universidade Federal de Sergipe (Brasil). É Doutorando em Letras pela Universidade Federal de Sergipe (Brasil) e em Direito pela Universidade Federal da Bahia (Brasil). Participa como estudante do grupo de pesquisa «Linguagem, Enunciação e Discurso para o Ensino da língua Portuguesa» (led) e do «Grupo de Estudos em Linguagem e Ensino» (Geline) da Universidade Federal de Sergipe (Brasil), bem como do grupo de pesquisa «Núcleo de Estudos em Práticas de Linguagem e Espaço Virtual» (Neplev) da Universidade Federal de Pernambuco (Brasil). id lattes: http://lattes.cnpq.br/5024551859985987

Itana Virginia Souza Cruz, Universidade Federal de Sergipe

Possui Graduação em Letras (Língua Portuguesa) e Mestrado em Letras pela Universidade Federal de Sergipe (Brasil). Participa como estudante do grupo de pesquisa «Linguagem, Enunciação e Discurso para o Ensino da língua Portuguesa» (Led) da Universidade Federal de Sergipe (Brasil). ID Lattes: http://lattes.cnpq.br/7294987455287551.

Cleida Emilia Faye Pedrosa, Universidade Federal de Sergipe

Possui Graduação em Letras (Língua Inglesa), Mestrado em Letras e Doutorado em Letras pela Universidade Federal de Pernambuco (Brasil), além de Pós-Doutorado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Brasil). É Professora Adjunta na Universidade Federal de Sergipe (Brasil). Participa como pesquisadora do «Grupo de Estudos em Linguagem e Ensino» (Geline) da Universidade Federal de Sergipe (Brasil) e do grupo de pesquisa «Análise de gêneros e de discursos» da Universidade Federal Rural de Pernambuco (Brasil). Id Lattes: http://lattes.cnpq.br/0743019098101887.

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Publicado

2022-09-16

Como Citar

Santa Rosa Matos, M. P. ., Souza Cruz, I. V., & Faye Pedrosa, C. E. (2022). «Brava gente brasiliana» (II): o discurso brasilianista e seus equívocos lexicológicos. Lingüística Y Literatura, 43(82), 196–213. https://doi.org/10.17533/udea.lyl.n82a08