Entre Butler e Freud: a repetição como caminho para a subversão
DOI:
https://doi.org/10.17533/udea.affs.v19n37a08Palavras-chave:
Butler, Freud, repetição, performatividade de gênero, tratamento psicanalíticoResumo
O objetivo do artigo é aproximar a teoria da performatividade de gênero de Judith Butler e a psicanálise de Sigmund Freud, a partir da noção de repetição. Para a autora, as identidades de gênero são produzidas e consolidadas pela repetição de atos, gestos e práticas, no interior da matriz heterossexual e falocêntrica. Por outro lado, essa repetição não é estável e imutável, já que permite a subversão das normas nas quais se insere. Da mesma forma, de acordo com o fundador da psicanálise, é a repetição do recalcado como ato na situação transferencial, inevitável no tratamento, que abre a possibilidade de uma mudança efetiva do analisando. Nesse sentido, pretendo mostrar que a concepção da repetição como via para a emergência do novo e para a transformação pode consistir em um ponto de encontro entre os pensamentos de Butler e Freud.
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