A psicologia das massas e a análise do eu no discurso atual

Resumo

Em “Psicologia das massas e análise do eu”, Freud reconhece o perigo relacionado com a identificação com o ideal encarnado, que nas massas leva à intolerância, à perseguição e até à erradicação da diferença —o que foi evidente na Alemanha nazi com a figura do führer—. Em “O mal-estar na cultura”, ele também prevê um outro perigo na organização social dos Estados Unidos, que ele chama de miséria psicológica das massas, cujas características podem ser assimiladas ao que Lacan desenvolve como discurso capitalista.
Esse discurso retira o amparo dos semblantes que orientam os sujeitos e apaga os lugares a partir dos quais se faz o laço social, deixando o sujeito reduzido ao gozo do corpo sem o outro, diferente do que era na massa freudiana. Conclui-se que na atualidade há uma maior precariedade dos laços sociais estabelecidos pelo discurso capitalista, o que redobra a impossibilidade da união dos corpos estabelecido pela não proporção sexual.