A antissocialidade do capitalismo:

algumas reflexões preliminares

Autores

  • Juan Manuel Martin Uribe Cano Docente
  • Ronny Stiven Medina Varela Estudiante

DOI:

https://doi.org/10.17533/udea.affs.v22n43a04

Palavras-chave:

Capitalismo, Antisocialidade, Marx, Freud, Mais-valia, Inconsciente

Resumo

O texto La antisocialidad del capitalismo: algunas reflexiones preliminares (A antissocialidade do capitalismo: algumas reflexões preliminares), de Samo Tomšič, examina a validade de Marx e Freud para compreender a dinâmica antissocial do capitalismo contemporâneo. Embora frequentemente considerados autores ligados a contextos históricos específicos —a crítica à economia política em Marx e a crise da família burguesa em Freud —, seus métodos permitem revelar mecanismos que excedem essas circunstâncias e continuam úteis em tempos de crise. Ambos mostram como, por trás das formas visíveis

da realidade econômica e subjetiva, se escondem antagonismos estruturais que marcam a vida social. Em Marx, o conceito de mais-valia revela a lógica de exploração que sustenta o capitalismo e sua tendência compulsiva a produzir excedente. Em Freud, a teoria do inconsciente expõe a não coincidência do sujeito consigo mesmo e a dimensão conflituosa que atravessa suas relações. Tomšič destaca a convergência entre ambas as perspectivas: tanto a mais-valia quanto o inconsciente evidenciam que a sociedade e o sujeito se estruturam a partir de uma falta e de um excesso irredutíveis. A partir dessa leitura, o capitalismo aparece como uma máquina antissocial, pois mina os laços comunitários ao reduzi-los a intercâmbios mercantis e à lógica do lucro. O sujeito capitalista se apresenta, assim, isolado e moldado por um desejo capturado pelo mercado. A afinidade com a pulsão de morte freudiana acentua essa visão: a dinâmica do capital é autodestrutiva, consome a vida da qual depende e degrada tanto os vínculos sociais quanto as condições materiais de existência. O texto ressalta, além disso, que o inconsciente não está à margem do capital, mas participa de sua reprodução. O desejo, orientado pelo consumo e pela identificação com os objetos, mostra como a economia libidinal se entrelaça com a economia política. Dessa forma, o capitalismo não organiza apenas a produção material, mas também a vida psíquica. Em conclusão, Tomšič propõe que uma crítica ao capitalismo deve atender à sua antissocialidade estrutural e não se limitar à denúncia moral. Recuperar o diálogo entre Marx e Freud permite compreender como o capital fabrica sujeitos fragmentados e comunidades enfraquecidas, condição necessária para pensar alternativas que reconstruam o social além da lógica mercantil.

|Resumo
= 60 veces | PDF (ESPAÑOL (ESPAÑA))
= 17 veces|

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Althusser, L. (2004). Prefacio. De “El capital” a la filosofía de Marx. En Althusser, L. y Balibar, E. (eds.), Para leer El capital (pp. 18-77). Siglo Veintiuno Editores.

Balibar, É. (2022). “Dying One’s own Death. Freud with Rilke”. Angelaki. Journal of the Theoretical Humanities, 27(1), 128-139. https://doi.org/10.1080/0969725X.2022.2019479

Barrow, C. W. (2020). The Dangerous Class. The Concept of the Lumpenproletariat. The University of Michigan Press.

Bentham, J. (2008). Los principios de la moral y la legislación. Claridad.

Brown, W. (2021). En las ruinas del neoliberalismo. El auge de la política antide en Occidente. Traficantes de Sueños.

Butler, J. (2021). La fuerza de la no violencia. Paidós.

Foucault, M. (2000). Defender la sociedad: Curso en el Collège de France, 1975- 1976. Fondo de Cultura Económica.

Freud, S. (1992). El yo y el ello. En J. Strachey (Ed.) y J. L. Etcheverry y L. Wolfson (Trads.), Obras completas (vol. XIX, pp.13-66). Amorrortu.

Freud, S. (1993). Duelo y melancolía. En J. Strachey (Ed.) y J. L. Etcheverry y L. Wolfson (Trads.), Obras completas (vol. XIV, pp. 235-256). Amorrortu.

Freud, S. (1992). Más allá del principio de placer. En J. Strachey (Ed.) y J. L. Etcheverry y L. Wolfson (Trads.), Obras completas (vol. XIV, pp. 7-62). Amorrortu.

Lacan, J. (2000). El seminario de Jacques Lacan, Libro XVI: De un Otro al otro. Paidós.

Lacan, J. (2006). El seminario de Jacques Lacan, Libro XX: Aun. Paidós.

Lacan, J. (2012). Otros escritos. Paidós.

Lacan, J. (2009). Escritos 2. Siglo Veintiuno Editores.

Marx, K. (1990). El capital (vol. 1). Editorial Progreso.

McGowan, T. (2016). Capitalism and Desire. The Psychic Cost of Free Markets. Columbia UP.

Nietzsche, F. (2003). La genealogía de la moral. Tecnos.

Roberts, M. (2023). La economía del goteo. Revista de Economía Institucional, 25(48), 3-11. https://revistas.uexternado.edu.co/index.php/ecoins/article/view/8497/13080

Rose, J. (1993). Why War? Psychoanalysis, Politics, and the Return to Melanie Klein. Blackwell.

Scheler, M. (1993). El resentimiento en la moral (J. M. Vegas, Ed.). Caparrós Editores.

Smith, A. (1996). La riqueza de las naciones. Alianza.

Smith, A. (1997). Teoría de los sentimientos morales. Alianza.

Tomšič, S. (2023). The Politics of Resentment and Its Pitfalls. In A. Stagnell,

D. Payne, and G. Strandberg (Eds.), Populism and the People in Contemporary Critical Thought (pp. 93-106). Bloomsbury.

Traverso, E. (2018). Melancolía de izquierda. Marxismo, historia y memoria. Fondo de Cultura Económica.

Ure, M. (2015). Resentment/Ressentiment. Constellations, 22(4), 599-613. https://doi.org/10.1111/1467-8675.12098

Vogl, J. (2023). Capital y resentimiento: una breve teoría del presente (M. Domópulos, Trad.). Siglo del Hombre Editores.

Publicado

2025-10-14

Como Citar

Uribe Cano, J. M. M., & Medina Varela, R. S. (2025). A antissocialidade do capitalismo: : algumas reflexões preliminares. Affectio Societatis, 22(43). https://doi.org/10.17533/udea.affs.v22n43a04