A cenificação da mudança: intervenções de uma secretaria tutelar de um tribunal penal de crianças, na cidade de Buenos Aires (Argentina)
DOI:
https://doi.org/10.17533/udea.boan.v32n53a03Palavras-chave:
secretaria tutelar, tribunal penal de crianças, jovens, tratamentoResumo
A partir de minha etnografia sobre a ocupação cotidiana e as intervenções de uma secretaria titular de um tribunal penal de crianças na cidade de Buenos Aires, neste artigo baseio-me no que identifiquei como a segunda parte do processo de trabalho próprio dessa secretaria: o tratamento. Identifico como as delegadas inspetoras constroem e entendem as atitudes, atos e expressões como a “vontade de mudança”, ou como uma ausência dela nos jovens, e daí dão continuação ao trabalho. Procuro apresentar, etnograficamente, a importância que ganha, nesta etapa, a demonstração da mudança que os jovens e suas famílias puderem expressar, além da busca ou expectativa de atingir ou experimentar uma mudança “real”.
Meu objetivo é desconstruir algumas imagens cristalizadas sobre as formas de intervenção destas profissões, procurando, especificamente, compreender os sentidos dados às noções de “ressocialização” e “transformação” dos jovens que passam pela “justiça de crianças” expirmidas como objetivos evidentes dessa “justiça”. Procuro evidenciar e analisar o significado dessas noções, entendidas como categorias nativas (Geertz, 1999), na prática. Neste sentido, procuro também propor um entendimento do conceito de “responsabilição” diferente daquele que já foi dado nos trabalhos inspirados no apresentado por Foucault. Para isto, apresentarei que, no contexto pesquisado, os processos de “responsabilidade” não estão necessariamente vinculados à produção de “sujeitos autônomos”, à “internalização universa
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