“Nem só de plantas vive o homem”. Patrimônio alimentar e culinário e biodiversidade animal

Resumo

A relação entre o patrimônio alimentar e culinário, e a conservação da biodiversidade animal é cada vez mais tirante devido à multiplicidade de complexos fatores que vão além do argumento da sobre-exploração por parte dos humanos. Levando como marco de referencia os parâmetros estabelecidos pela Política para o conhecimento, a salvaguarda e o fomento da alimentação eascozinhas tradicionais da Colômbia (Ministério da Cultura, 2012), e a partir da informação derivada de pesquisas antropológicas, arqueológicas e etnobiológicas realizadas na Região Caribe da Colômbia sobre o consumo de fauna silvestre, se discute m os aportes que a antropologia e a arqueologia podem fazer a esta temática. Argumenta-se que hoje em dia no contexto social, político e económico do país, a integração entre os estudos multi e transdisciplinares, e a perspectiva de longo atingimento temporal que a arqueologiadá, são estratégias necessárias não só para entender a complexa equação do problema, mas para propor ações concretas que, de uma maneira mais efetiva, possam aliviar essatensão, contribuindo a sua vez à segurança alimentar das populações. Igualmente, se assinala a necessidade urgente de que no marco da política do Ministério Cultura se identifiquem e proponham estratégias para proteger o patrimônio cultural associado coma alimentação e consumo de fauna silvestre, baseadas em um conhecimento mais profundo sobre avariabilidade e viabilidade de salvaguardar estas tradições. Neste sentido, as reflexões que aqui sea presentam não tendem pela legalização ou proibição do uso de fauna silvestre per se, senão que se enfatiza, pelo contrário, na importância de aprofundar no conhecimento de essa variabilidade em distintos contextos geográficos e temporais que, com um critério mais amplo, permitam propor estratégias para a proteçãode o patrimônio alimentar e natural que resultem mais viáveis e sustentáveis.