Entre Barras e Vitrines
Seu Julio, trilhando entre o cárcere e o museu
DOI:
https://doi.org/10.17533/udea.boan.v39n68a8Palavras-chave:
museu, cárcere, memória, turismo, patrimônio, exóticoResumo
Seu Julio, conhecido como o último preso da Ilha Grande, foi um personagem fundamental durante o período de transição da antiga penitenciária de segurança máxima em uma instituição museológica e de pesquisa, vinculada à universidade. Condenado e excluído da sociedade ficou recluso até seus últimos dias na paradisíaca ilha. Num ato performático, foi se adaptando às diversas categorias que aquela ilha lhe oferecia, transformando-se em um ser exótico. Sua trajetória refletia a dicotomia entre ser reconhecido pelo nome de batismo e carregar consigo a eterna marca do número de detento, lhe garantindo a categoria de atração turística.
Downloads
Referências
Alevato, Gabriela Machado, et al. “As especificidades dos ambientes insulares: meio ambiente e cultura – Estudo de caso do Ecomuseu Ilha Grande – UERJ”. Interagir: pensando a extensão, no. 15 (2010): 11-18.
Almeida Filho, Júlio de. Entrevista por Cynthia Cavalcante. “A vida de Seu Júlio em Vila Dois Rios”. Acervo Ecomuseu Ilha Grande. 12 de dezembro de 2023.
Almeida, André de. Entrevista por Cynthia Cavalcante. “A vida de Seu Júlio em Vila Dois Rios”. Acervo Ecomuseu Ilha Grande. 20 de abril de 2024.
Almeida, Gelsom Rozentino de e Ricardo Gomes Lima. “Ecomuseu Ilha Grande: ecologia de saberes”. Em : XI Congreso Iberoamericano de Extensión Universitaria, integración, extensión, docencia e investigación para la inclusión y cohesión social, coordinado por Gustavo C. M. Menéndez, 746-747. Santa Fe: Universidad Nacional del Litoral, 2011. https://www.unl.edu.ar/iberoextension/archivos/libro_congreso_ebook.pdf.
Almeida, Gelsom Rozentino de. Entrevista por Cynthia Cavalcante. “Seu Júlio Almeida no tempo da Universidade”. Acervo Ecomuseu Ilha Grande. 12 de dezembro de 2023.
Almeida, Júlio de. Entrevista por Gibby Zobel. 2014. “Último preso da Ilha Grande conta dias para fim da pena”. BBC News Brasil. 27 de abril de 2024. https://www.bbc.com/portuguese/videos_e_fotos/2014/08/140822_video_ilhagrande_ebc#:~:text=J%C3%BAlio%20de%20Almeida%2C%20de%2083,sua%20pena%20em%20liberdade%20condicional.
Bento, Maria Aparecida. “Pactos narcísicos no Racismo. Branquitude e poder nas organizações empresariais e no poder público”. Tesis doctoral, USP, 2002.
Berger, John. Modos de ver. Rio de Janeiro: Editora Fosforo, 2023.
Brasil. Lei nº 12.711/2012. “Dispõe sobre o ingresso nas universidades federais e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio e dá outras providências”. Presidência da República. 29 de agosto de 2012. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12711.htm.
Brito, Flávio d’Assumpção. “Estudos das transformações sócios-ambientais na Ilha Grande/RJ. Uma abordagem sobre o turismo”. Tesis maestría, UFF, 2001. http://arquivos.proderj.rj.gov.br/inea_imagens/downloads/pesquisas/PE_Ilha_Grande/Brito_2001.pdf.
Callado, Cátia Henriques. Entrevista por Cynthia Cavalcante. “Júlio Almeida como guia nos trabalhos de campo das botânicas”. Acervo Ecomuseu Ilha Grande. 20 de abril de 2024.
Cavalcante, Cynthia, Ricardo Gomes Lima y Thereza Christina de Almeida Rosso. “Iniciativas socioculturais para a preservação do meio ambiente na Ilha Grande, RJ”. Interagir: pensando a extensão, no. 24 (2017): 119-132.
Dutra de Araujo, Carolina. “A invenção da Ilha Grande: a influência do Instituto Penal Cândido Mendes na turistificação local”. Caderno Virtual de Turismo, vol. 10, no. 2 (2010): 1-12.
França, Renan. “Depois de 32 anos, último 'preso' da Ilha Grande aguarda liberdade definitiva”. O Globo (edição Rio), 14 de setembro de 2014. https://oglobo.globo.com/rio/depois-de-32-anos-ultimo-preso-da-ilha-grande-aguarda-liberdade-definitiva-13931435.
Geertz, Clifford. A Interpretação da Cultura. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 1989.
Knauss, Paulo e Marize Malta (Orgs.). Outros objetos do olhar: história e arte. Niterói: LABHOI/UFF, 2016.
Mello, Carl Egbert Hansen Vieira de. Apontamentos para servir à história fluminense: Ilha Grande, Angra dos Reis. Angra dos Reis: Conselho Municipal de Cultura, Prefeitura de Angra dos Reis, 1987.
Mendonça, Teresa Cristina de Miranda. “Que paraíso é esse? A turismização da Ilha Grande”. Tesis doctoral, UERJ, 2010.
Miranda, Viviane Bernardes dos Santos e Thereza Christina de Almeida Rosso. “Ecomuseu ilha Grande: uma unidade que congrega ambiente e cultura”. Revista de Educação, Ciências e Matemática, vol. 5, no. 1 (2015): 41-48.
Pessoa, Thiago Campos. “Alcoforado como guia: os negócios negreiros no litoral do Vale do café (c.1831-c.1853)”. Em : XII Congresso Brasileiro de História Econômica & 13ª Conferência Internacional de História de Empresas, editado por Associação Brasileira de Pesquisadores em História Econômica, 1-20. Niterói: UFF/ABPHE, 2017. https://www.abphe.org.br/uploads/ABPHE%202017/11%20Alcoforado%20como%20guia%20os%20neg%C3%B3cios%20negreiros%20no%20litoral%20do%20Vale%20do%20caf%C3%A9%20(c.1831-c.1853).pdf.
Prado, Rosane Manhães. “As espécies exóticas somos nós: reflexão a propósito do ecoturismo na ilha grande”. Horizontes Antropológicos, ano 9, no. 20 (2003): 205-224.
Ramos, Diana. 2020. “Quarentena e isolamento: o Lazareto de Ilha Grande, construção do Império para viajantes e imigrantes”. Biblioteca Nacional. Consultado em: 29 de abril de 2024. https://antigo.bn.gov.br/acontece/noticias/2020/04/quarentena-isolamento-lazareto-ilha-grande-construcao.
Ramos, Graciliano. Memórias do Cárcere. Rio de Janeiro: Editora Record, 2013.
Rocha, Rosana Gomes dos Santos. “Ecomuseu Ilha Grande: sustentabilidade, cidadania e resistência”. Tesis maestría, Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz, 2018.
Santiago, Ana Maria de Almeida et. al. “História da ilha grande e patrimônio cultural”. Em O ambiente da Ilha Grande, cordinado por Pereira, Marcos Bastos y Cátia Henriques Callado, 299-369. Rio de Janeiro: Centro de Estudos Ambientais e Desenvolvimento Sustentável, 2009.
Santos, Myrian Sepúlveda dos. “A prisão dos ébrios, capoeiras e vagabundos no início da era republicana”. TOPOI, vol. 5, no. 8 (2004): 138-169.
Santos, Myrian Sepúlveda dos. “História e Memória: o caso Ferrugem”. Revista Brasileira de História, vol. 23, no. 46 (2003): 271-295.
Santos, Myrian Sepúlveda dos. “Lazareto da Ilha Grande: isolamento, aprisionamento e vigilância nas áreas de saúde e política (1884-1942)”. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, vol. 14, no. 4 (2007): 1.173-1.196.
Santos, Myrian Sepúlveda dos. Quatro histórias, duas colônias, uma ilha. Memórias das prisões da Ilha Grande – 1940 a 1970. Rio de Janeiro: Editora Garamond, 2018.
Schnoor, Eduardo Cavalcanti. Escravos e cidadãos na Ilha Grande: a alvorada republicana demorou a chegar. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, vol. 19 (2012): 243-258. https://www.scielo.br/j/hcsm/a/484HpCzjvvRKT8dLLXrtVft.
Taylor, Diana. O arquivo e o repertório: performance e memória cultual nas Américas. Belo Horizonte: UFMG, 2013.
Vianna, Hélio. D. Pedro I e D. Pedro II: acréscimos às suas biografias. Vol. 330. São Paulo: Companhia Editorial Nacional (Editora Brasiliana), 1966. Consultado em: 27 de abril de 2024. https://bdor.sibi.ufrj.br/bitstream/doc/378/1/330%20PDF%20-%20OCR%20-%20RED.pdf.
Xavier, Thaís Ferreira. “Do território do cárcere ao território de proteção da natureza: conflitos no Parque Estadual da Ilha Grande, Angra dos Reis (RJ)”. Tesis maestría, UERJ, 2009.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Boletim de Antropologia
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Os autores que publiquem no “Boletim de Antropologia” aceitam as seguintes condições:
- Os autores conservam os direitos autorais e cedem à revista o direito da primeira publicação, com o trabalho cadastrado com a licença de atribuição de Creative-Commons, que permite a terceiros utilizar o publicado contanto que mencionem a autoria do trabalho e à primeira publicação nesta revista.
- Os autores podem realizar outros acordos contratuais independentes e adicionais para a distribuição não exclusiva da versão do artigo publicado nesta revista (por exemplo, incluí-lo em um repositório institucional ou publicá-lo em um livro) contanto que mencionem explicitamente que o trabalho foi publicado por primeira vez nesta revista.