Pluralizando narrativas sobre os povos indígenas no Nordeste.
Formação e atuação de estudantes em meio à exposição etnográfica Os primeiros brasileiros
DOI:
https://doi.org/10.17533/udea.boan.v40n69a3Palavras-chave:
Exposições etnográficas, História da antropologia, Povos indígenas, Extensão, Educação museal, Extensão universitária, Processos colaborativosResumo
O artigo pretende explorar, a partir do caso da exposição Os primeiros brasileiros, realizada entre 2006 e 2021 em diferentes cidades do Brasil e do exterior, o processo de mobilização, formação e atuação de estudantes em diferentes níveis de escolaridade. Longe de pensá-la como a única responsável por tais processos, a exposição Os primeiros brasileiros constituiu um espaço de confluência, no qual se propôs uma relação criativa e fecunda entre história, tempo, coleções etnográficas e a própria antropologia. Além disso,produziu interações e condições para a emergência de novos materiais e atores sociais posicionados em diferentes campos de atuação e que, a partir daí, começaram a atuar à sua própria maneira, gerando novos efeitos no campo dos museus, da antropologia e das artes.
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