Contributos educativos de exposições interativas on-line sobre imunidade como prática de ativismo coletivo em contexto de pandemia
DOI:
https://doi.org/10.17533/udea.unipluri.346064Palavras-chave:
Educação em ciências. Ativismo coletivo. Exposição científica.Resumo
As práticas de ativismo coletivo, ou ação sociopolítica fundamentada, são uma estratégia pedagógica cada vez mais valorizada na área das Ciências da Educação, por potenciar a capacitação e empoderamento dos alunos para uma cidadania ativa e democrática e a atuação responsável face às questões sociocientíficas e socioambientais que caracterizam a sociedade. O presente estudo centra-se nas potencialidades educativas do desenvolvimento de exposições interativas on-line, sobre imunidade e controlo de doenças, como estratégia de ativismo em tempos de pandemia. Seguindo uma abordagem qualitativa e um paradigma interpretativo, relata o trabalho desenvolvido com uma turma de 28 alunos do 12.º ano, no âmbito da disciplina de Biologia. A intervenção teve por base a teoria socioconstrutivista da aprendizagem e três etapas principais: a pré-produção, produção e pós-produção de uma exposição científica, neste caso designada Pharmaction. Especificamente, pretendeu-se valorizar o conhecimento científico como meio de promoção da saúde, divulgar informação e mobilizar a comunidade a agir na adoção de comportamentos responsáveis, dado existirem doenças e desequilíbrios imunitários. Por se concretizar no contexto de ensino a distância, devido à COVID-19, a exposição foi on-line e construída por meio de ferramentas da Web 2.0. Os dados obtidos, através de inquéritos, observação e análise documental, apontam o potencial educativo da estratégia. Os alunos ampliaram várias competências transversais, destacando-se as competências para a ação, no domínio do ativismo, além de aprendizagens significativas sobre o tema estudado. Apesar das dificuldades na colaboração, pesquisa e gestão de tempo, a turma achou uma forma única, desafiante e motivadora de aprender ciência e, à semelhança dos visitantes, uma boa estratégia de ativismo que beneficiou do recurso às TIC.
Downloads
Referências
Aires, L. (2011). Paradigma Qualitativo e Práticas de Investigação Educacional. Lisboa: Universidade Aberta.
Alsop, S., & Bencze, J. L. (2010). Introducion to the special issue on activism: SMT education in the claws of the Hegemon. Canadian Journal of Science, Mathematics and Technology Educacion, 10(3), 177-196.
Alsop, S., & Bencze, L. (2014). Activism! Toward a more radical science and technology education. In L. Bencze & S. Alsop (Eds.), Activist science and technology education (pp. 1-19). Dordrecht, The Netherlands: Springer.
Amaral, C., & Linhares, E. (2017). Educação em Ciências para a Cidadania: práticas de Ativismo com Alunos do 1.º CEB. In A. Peixoto, J. Oliveira, J. Gonçalves, L. Neves, & R. Cruz (Eds.), Educação em Ciências em múl-tiplos contextos - Atas do XVII Encontro Nacional de Educação em Ciências, XVII ENEC, I Seminário Inter-nacional de Educação em Ciências, I SIEC (pp. 34-42). Viana do Castelo: Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Viana do Castelo.
Azinhaga, P., Marques, A. R., Reis, P., Tinoca, L., & Baptista, M. (2017). A construção de exposições científicas: Perceções dos alunos sobre as competências desenvolvidas e impacto na motivação e ambiente em sala de aula. Enseñanza de las Ciencias, nº extraordinário, 4709-4713.
Bardin, L. (2009). Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70.
Caeiro, T. (2004). In M. Miguéns, Seminário Educação e Família (pp. 21-24). Lisboa: Editorial do Ministério de Educação.
Cohen, L., Manion, L., & Morrison, K. (2005). Research Methods in Education. Londres: Routledge Falmer.
Conceição, T., Baptista, M., & Reis, P. (2019). La contaminación de los recursos hídricos como punto de partida para el activismo socio-científico. Revista Eureka sobre Enseñanza y Divulgación de las Ciencias, 16(1), 1502. doi: 10.25267/Rev_Eureka_ensen_divulg_cienc.2019.v16.i1.1502
Cortesão, L., Leite, C., & Pacheco, J. A. (2002). Trabalhar por projetos: uma inovação interessante? Porto: Porto Editora.
Esperto, A. P. A. (2013). A promoção da literacia científica e da cidadania através de ativismo fundamentado (Dissertação de Mestrado). Instituto de Educação da Universidade de Lisboa, Lisboa.
Espírito Santo, M., & Reis, P. (2013). Utilização de Blogues na Discussão de Controvérsias Sóciocientíficas na Dis-ciplina de Ciências da Natureza. Caderno Pedagógico, Lajeado, 10(1), 9-24.
Fontes, A., & Silva, I. (2004). Uma Nova Forma de Aprender Ciências: A educação em Ciência/ Tecnologia/ Socie-dade (CTS). Porto: Edições Asa.
Garcia-Bermúdez, S., Reis, P., & Vázquez-Bernal, B. (2014). Potencialidades y limitaciones de los entornos virtuales colaborativos y las herramientas web 2.0 en la promoción del activismo sobre cuestiones ambientales en es-tudiantes de básica secundaria. Uni/Pluriversidad, 41/14 (2), 502-507.
Hawkey, R. (2001) Innovation, inspiration, interpretation: museums, science and learning. Ways of Knowing Jour-nal, 1(1).
Henriques, M. S., & Mafra, R. L. M. (2006). Mobilização social em saúde: o papel da comunicação estratégica. In A. Santos (Org.), Caderno mídia e saúde pública (pp. 101-112). Belo Horizonte: Escola de Saúde Pública.
Hodson, D. (2003). Time for action: Science education for an alternative future. International Journal of Science Education, 25(6), 645–670.
Linhares, E., & Reis, P. (2016). Iniciativas de ativismo ambiental com futuros professores: Potencialidades e limita-ções. In M. I. Cebreiros, P. Membiela, N. Casado, & M. Vidal (Eds.), La práctica docente en la enseñanza de las ciencias. A prática docente no ensino das ciências (pp. 279-284). Ourense: Educación Editora.
Linhares, E., & Reis, P. (2020). Initiatives d´activisme en formation initiale de professeurs: préparer à l´action et à la transformation. Recherches en didactique des sciences et des Technologies, 21, 193-211.
Lisbôa, E. S., Bottentuit Junior, J. B., Coutinho, C. P. (2009). Análise das comunidades “Web 2.0” na rede social Orkut. Revista Científica de Educação a Distância, 2(2).
Ludke, M., & André, M. (1986). Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU.
Marques, A. R. (2016). Construindo a exposição. In P. Reis, & A. R. Marques (Coords.), As exposições como estra-tégia de ação sociopolítica: Cenários do projeto IRRESISTIBLE (pp. 15-36). Lisboa: Instituto de Educação da Universidade de Lisboa.
Marques, A. R., & Reis, P. (2017). Exposições IRRESISTIBLE: O que aprendem os alunos? Enseñanza de las Cien-cias, nº extraordinário, 4805-4810.
Marques, R., & Reis, P. (2018). O desenvolvimento de exposições científicas como estratégia de ativismo em con-texto escolar. In D. M. Conrado, & N. Nunes-Neto (Orgs.), Questões sóciocientíficas: Fundamentos, propos-tas de ensino e perspetivas para ações sociopolíticas (pp. 491-514). Salvador: EDUFBA.
Martins, I. P., Veiga, M. L., Teixeira, F., Tenreiro-Vieira, C., Marques, R. V., Rodrigues, A., Couceiro, F., & Pereira, S. J. (2006). Educação em Ciências e Ensino Experimental – Formação de Professores. Lisboa: Ministério da Educação.
Ministério da Educação. (2017). Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória. Lisboa: Direção-Geral da Educação.
Mónico, L. S., Alferes, V. R., Castro, P. A., & Parreira, P. M. (2017). A Observação Participante enquanto metodo-logia de investigação qualitativa. 6º Congresso Ibero-Americano de investigação Qualitativa (CIAIQ), Coim-bra, 3, 724-733. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/318702823.
Ponte, J. P. (2002). Investigar a nossa própria prática. In GTI (Org.), refletir e investigar sobre a prática profissio-nal (pp. 5-28). Lisboa: APM.
Rangel, M. (2002). Áreas Curriculares Não Disciplinares. Porto: Porto Editora.
Reis, P. (2014). Acción socio-política sobre cuestiones socio-científicas: reconstruyendo la formación docente y el currículo. Uni-Pluri/versidad, 14(2), 16-26. Disponível em: http://aprendeenlinea.udea.edu.co/revistas/index.php/unip.
Reis, P. (2020). Environmental Citizenship & Youth Activism. In A. C. Hadjichambis, P. Reis, D. Paraskeva-Hadjichambi, J. Čincera, J. Boeve-de Pauw, N. Gericke & M. C. Knippels (Eds.), Conceptualizing Environ-mental Citizenship for 21st Century Education (pp. 139-148). Series “Environmental discourses in Science Education”. Cham: Springer.
Reis, P., & Marques, A. R. (coords.) (2016). As exposições como estratégia de ação sociopolítica: cenários do projeto IRRESISTIBLE. Lisboa: Instituto de Educação da Universidade de Lisboa.
Reis, P., & Tinoca, L. (2018). A avaliação do impacto do projeto “We Act” nas perceções dos alunos acerca das suas competências de ação sociopolítica. Revista Brasileira de Ensino de Ciência e Tecnologia, 11(2), 214-232.
Reis, P., Tinoca, L., Baptista, M., & Linhares, E. (2020). The Impact of Student-Curated Exhibitions about Socio-Scientific Issues on Students’ Perceptions regarding their Competences and the Science Classes. Sustainabi-lity, 12, 2796.
Rey, B., Carette, V., DeFrance, A., & Kahn, S. (2005). As competências na escola. Aprendizagem e Avaliação. Gaia: Edições Gailivro.
Silva, C. G da. (2017). Como ocorre a divulgação da ciência por meio de exposições e feiras? Disponível em: https://museudinamicointerdisciplinar.wordpress.com/2017/10/24/como-ocorre-a-divulgacao-da-ciencia-por-meio-de-exposicoes-e-feiras/.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Universidad de Antioquia
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Aquellos autores/as que tengan publicaciones con Uni-pluriversidad aceptan los términos siguientes:
- Los contenidos de los artículos son responsabilidad de los autores
- El (la) autor(a) o los(as) autores (as) conserva(n) los derechos morales y cede(n) los derechos patrimoniales que corresponderán a la Universidad de Antioquia, para publicarlo, distribuir copias electrónicas, incluirlas en servicios de indización, directorios o bases de datos nacionales e internacionales en Acceso Abierto, bajo la licencia Creative Commons (CC BY-NC-ND).
- El (la) autor (a) o los autores firmará(n) la declaración de cesión de los derechos patrimoniales a la Universidad de Antioquia, luego de la aceptación del manuscrito.
- Se permite y recomienda a los(as) autores(as) difundir su obra a través de Internet (p. ej.: en archivos telemáticos institucionales o en su página web) antes y durante el proceso de envío, lo cual puede producir intercambios interesantes y aumentar las citas de la obra publicada. (Véase El efecto del acceso abierto).
- El (la) autor(a) o los(as) autores(as) tiene(n) la responsabilidad de gestionar y obtener los permisos necesarios para reproducir cualquier material protegido por derechos de reproducción.