Fazendo etnologia com os caboclos de Quirino: a situação etnográfica como uma tríade
DOI:
https://doi.org/10.17533/udea.boan.6889Palavras-chave:
Antropologia brasileira, Etnologia amazônica, Trabalho de campo etnográfico, Tikunas, Nimuendaju, Indústria da borrachaResumo
Resumo. Este artigo empreende uma revisão crítica das viagens etnográficas que o etnólogo alemão Curt Unkel -Nimuendaju, segundo o nome que lhe deram os indígenas- realizou às aldeias Ticuna na floresta amazônica brasileira. São examinadas fontes primárias que documentam o que aconteceu nessas experiências, enquadradas em uma reflexão sobre o exercício etnográfico, que deve ser entendido com base nas complexas interações que o constituem e que vão muito além da clássica dualidade pesquisador-pesquisado. No caso de Nimuendaju, sua abordagem aos indígenas foi influenciada pelos interesses, avaliações e perspectivas do Estado e dos patrões seringalistas, estes últimos convencidos de que a selva não era habitada por "índios", mas por "caboclos" que pertenciam a algum barracão.
Downloads
Referências
Apel, Karl-Otto (2000). “A comunidade de comunicação como pressuposto transcendental das ciências sociais”. En: Transformação da Filosofia II. O a priori da comunidade de comunicação. Edições Loyola, São Paulo.
Baldus, Herbert (1945). “Curt Nimuendajú”. En: Boletim Bibliográfico, São Paulo, Vol. VIII.
Bellah, Robert N. (1983). “The ethical aims of social inquiry”. En: Social Science as moral inquiry.Columbia University Press, New York, pp. 362-381.
Bensa, Alban (1985). “Quand les canaques prennent la parole”. En: Actes de la Recherche, Paris, N.o 6, pp. 69-83.
Bourdieu, Pierre (1966). “Champ intellectuel et projet créateur”. En: Les Temps Modernes, N.o 246, pp. 865-906.
Cardoso de Oliveira, Roberto (1998). O Trabalho do Antropólogo. Editora da UNESP/Paralelo 15, São Paulo.____________ (1964). O índio no
mundo dos brancos. Difel, São Paulo.
Cardoso de Oliveira, Roberto y Oliveira, Luis R. (1996) Ensaios Antropológicos sobre Moral e Ética.Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro.
Castro Faria, Luiz de (1981). “Curt Nimuendaju”. En: Mapa etno-histórico de Curt Nimuendaju. Fundação Instituto Brasileiro de Geografía e Estatística —FIBGE-Fundação Pró-memória, Rio de Janeiro, pp. 17-22.
Clifford, James (1989). The Predicament of Culture: Twentieth century ethnography, literature, and art. Harvard University Press, Cambridge.
____________ (1980). “Fieldwork, reciprocity and the making of ethnographic texts”. En: Man, Londres, Vol. 3, N.o 15, pp. 518-532.
Comaroff, John y Jean (1992). Ethnography and the Historical Imagination. Westview Press, Boulder-San Francisco-Oxford.
____________ (1991). Of Revelation and revolution: Christianity, Colonialism, and Counsciousness in South Africa. University of Chicago Press, Chicago.
Crapanzano, V. (1980). Tuhami portrait of a morocan. University of Chicago Press, Chicago.
Dumont, Jean-Paul (1978). The headman and I: ambiguity and ambivalence in the fieldworking expe-rience. University of Texas Press, Austin-Londres.
Emmerich, Charlotte y Leite, Yonne (1981). “A ortografia dos nomes tribais no mapa etno-histórico de Curt Nimuendaju”. En: Mapa etno-histórico de Curt Nimuendaju. Fundação Instituto Brasileiro de Geografía e Estatística —FIBGE-Fundação Pró-memória, Rio de Janeiro, pp. 29-35.
Fabian, Johannes (2000). Out of our minds: reason and madness in the exploration of Central Africa. Frankfurt University, Frankfurt.
____________ (1996). Remenbering the present: Painting and popular history in Zaire. Berkeley University Press, Los Angeles.
Gluckman, Max (1968). Analysis of a social situation in modern Zululand. Manchester University Press, Manchester.
Kuper, Adam (2005). “‘Today we have naming of parts’: The work of anthropologists in Southern Africa”. En: L’Estoile, B.; Neiburg, F. y Sigaud, L. (eds.). Empires, Nations, and Natives. An-thropology and the State-Making. Duke University Press, Durham-Londres, pp. 277-300.
____________ (1973). Anthropologists and Anthropology. The British School 1922-1972. Penguin, Londres.
Lima, Antonio Carlos de Souza (2005). “Indigenism in Brazil: The International Migration of State Policies”. En: L’Estoile, B.; Neiburg, F. y Sigaud, L. (eds.). Empires, Nations, and Natives. Anthropology and the State-Making. Duke University Press, Durham-Londres, pp. 197-222.
Malinowski, Bronislaw (1950). The argonauts of western Pacific. Routledge & Kegan Paul, Londres.
____________ (1949). The dynamics of culture changes: an inquiry into race relations in Africa. Yale University Press, New Haven.
____________ (1938). “Introductory Essay on The Anthropology of Changing African Cultures”. En: Mair, Lucy P. (ed.). Methods of Study of Cultural Contact in Africa. International Institute of African Languages and Cultures, Oxford University Press, Londres, pp. vii-xxxviii.
Marcus, George E. y Cushman, Dick (1982). “Ethnographies as text”. En: Annual Review of Antropology, Vol. 11, pp. 25-69.
Nimuendaju, Curt (1982). “Os índios ticuna. Relatório apresentado ao SPI/Amazonas-1929”. En: Suess, Paulo (org.). Textos indigenistas. Edições Loyola, São Paulo, pp. 192-208.
____________ (1952). The Tukuna. University of California Press, Berkeley-Los Angeles.
____________ (1948). “The Tukuna”. En: Steward, Julian H. (ed.). Handbook of South American Indians, Vol. 3, pp. 713-725.
Nunes Pereira, Manoel (1980). Moronguetá: um Decameron indígena. Civilização Brasileira, Rio de Janeiro.
____________ (1946). Curt Nimuendaju: síntese de uma vida e de uma obra. Belém do Pará, s. e.
Pacheco de Oliveira, João (2005). “The Anthropologist as Expert: Brazilian Ethnology between In-dianism and Indigenism” En: L’Estoile, B.; Neiburg, F. y Sigaud, L. (eds.). Empires, Nations, and Natives. Anthropology and the State-Making. Duke University Press, Durham-Londres, pp. 223-247.
____________ (org.) (1999). Ensaios em Antropologia Histórica. Editora da UFRJ, Rio de Janeiro.
____________ (1994). “A busca da salvação: ação indigenista e etnopolítica entre os ticuna”. En: Antropologia Social, Rio de Janeiro, Vol. 4, pp. 81-110.
____________ (1988). “O nosso governo”: os ticuna e o regime tutelar. Marco Zero/CNPq, São Paulo.
____________ (1986). “O nosso governo”: os ticuna e o regime tutelar. Tesis de doctorado en antro-pología social. Museu Nacional/PPGAS, Rio de Janeiro.Peirano, Mariza (1992). Uma antropologia no plural. Universidade de Brasília, Brasília.
Pels, Peter y Salemink, Oscar (1999). Colonial Subjects: Essays on the practical history of anthropology. The University of Michigan Press, Michigan.
Ramos, R. (1990). “Etnology brazilian style”. En: Cultural Anthropology, Vol. 4, N.o 5, pp. 452-472.
Simmel, Georg (1950). “The triad”. En: Wolff, Kurt H. (org). The sociology of Georg Simmel. The Free Press, Glencoe (Illinois).
Stocking Jr., G. W. (1984). Functionalism Historicized. Essays on British Social Anthropology. The University of Wisconsin Press, Wisconsin.
____________ (1968). Race, culture, and evolution. The Free Press, New York.
Thomas, Nicholas (1994). Colonialism’s Culture: Anthropology, Travel, and Government. Blackwell Publishers, Oxford.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2010 Boletim de Antropologia

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Os autores que publiquem no “Boletim de Antropologia” aceitam as seguintes condições:
- Os autores conservam os direitos autorais e cedem à revista o direito da primeira publicação, com o trabalho cadastrado com a licença de atribuição de Creative-Commons, que permite a terceiros utilizar o publicado contanto que mencionem a autoria do trabalho e à primeira publicação nesta revista.
- Os autores podem realizar outros acordos contratuais independentes e adicionais para a distribuição não exclusiva da versão do artigo publicado nesta revista (por exemplo, incluí-lo em um repositório institucional ou publicá-lo em um livro) contanto que mencionem explicitamente que o trabalho foi publicado por primeira vez nesta revista.