Os filhos do estado: desvantagens sociais perante uma longa espera para a sua adoção

Resumo

A partir do ano 2009 evidencia-se uma diminuição nas adoções de crianças, devido a dificuldades nas formalidades, a utilização de métodos de reprodução assistida e políticas públicas contrárias ao interesse superior da criança. Isto gera uma institucionalização que afeta, especialmente, as crianças que têm contra elas mesmas o passar do tempo, já que cada dia implica uma espera de famílias que perderam o interesse por adotá-los. Na Colômbia, estas dificuldades aumentaram por causa da sentença da Corte Constitucional T-844 de 2011, que deu base a uma interpretação pelo ICBF no sentido de manter a busca até o sexto grau de consanguinidade da família de origem da criança, reduzindo em 62% as adoções. Como consequência, vemos que crianças pertencentes a grupos de irmãos, com deficiências e maiores de oito anos são considerados de difícil adotabilidade tornando-os filhos do Estado, sob a incerteza, sobre as possibilidades no futuro e a marginalização social como consequência da institucionalização. Este artigo apresenta os avanços da pesquisa “A adoção de crianças na Colômbia e suas dificuldades na prática administrativa e judicial” onde é exposto o desafio que deve assumir o Estado para a proteção destas crianças, atuando como uma “família”, que tenta preencher as lacunas que se vivem em uma instituição estatal.