Saúde pública, justiça social e pesquisa qualitativa: para uma pesquisa por princípios
DOI:
https://doi.org/10.17533/udea.rfnsp.v33s1a18Palavras-chave:
pesquisa qualitativa, justiça social, saúde pública, dialética, hermenêuticaResumo
Este artigo corresponde a uma pesquisa teórica cujo objetivo foi problematizar o proceder corrente de utilizar a pesquisa qualitativa em saúde pública justificada pelo tipo de objeto (qualitativo), sustentada, portanto, em uma concepção dicotômica da realidade que dá origem ao dualismo pesquisa qualitativa/quantitativa. Partindo de reconhecer a existência de diferentes referentes axiológicos que determinam a diversidade na pesquisa qualitativa na saúde pública e nas concepções de justiça social que sustentam as diferentes correntes da disciplina. Em virtude de que não pesquisamos em um vazio disciplinar, construí duas margens teóricas da saúde pública que sustentam conjuntos de valores diferentes para analisar como pensar a pesquisa qualitativa desde cenários axiológicos diferentes. Uma margem corresponde à saúde pública clássica de origem anglo-saxão e a outra construiu-se com base em três correntes teóricas da saúde pública latino-americana. A análise estruturou-se contrastando as diferenças de sentido que desde estas duas margens acontecem à realidade, a ciência, o objeto de pesquisa, a racionalidade, a sociedade e a justiça social. Esta comparação permitiu evidenciar como a perspectiva instrumental de pesquisa qualitativa focada no tipo de objetos e em um universo dicotômico não faz sentido para concepções dialéticas e hermenêuticas da realidade. Propõe-se uma afinidade entre algumas perspectivas da pesquisa qualitativa com estas correntes da saúde pública latino-americana em relação com os valores ontológicos, epistemológicos, éticos e políticos que se compartilham, mais que por um determinado tipo de aproximação metodológica-instrumental. Propõese uma aproximação para a pesquisa baseada em princípios (valores), com o qual se superam as visões dicotômicas cuali vs cuanti.
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