De Cumbe a Run for It: tradução e questões étnico-raciais
DOI:
https://doi.org/10.17533/udea.mut.v12n2a04Palavras-chave:
Cumbe, Run for It, questões raciais, Estudos Descritivos da Tradução, Estudos Culturais, Estudos do DiscursoResumo
Cumbe (2014), de Marcelo D'Salete, é um romance gráfico que retrata a resistência dos negros escravizados durante o período colonial no Brasil, a partir de suas perspectivas. Neste artigo, abordamos a tradução de Cumbe para o inglês: Run for It: Stories of Slaves Who Fought for Their Freedom (2017). Considerando as relações entre linguagem, tradução e questões étnico-raciais, nosso objetivo é compreender como as escolhas tradutórias e a recepção da obra constroem sentidos em seu contexto de publicação. Para tal, analisamos os paratextos que compõem o livro (capa, quarta capa, notas de rodapé, entre outros) e fragmentos selecionados da obra. Como referencial teórico e metodológico utilizamos os Estudos Descritivos da Tradução (Lambert e Van Gorp, 1985; Toury, 1995; Bassnett e Lefevere, 1990; Tymoczko, 1999) em diálogo com os Estudos Culturais (Tymoczko, 2007) e os Estudos do Discurso (Bakhtin, 2000; Rocha, 2014; Maingueneau, 2008). Os principais resultados apontam para determinadas estratégias tradutórias que propõem sentidos com o intuito de didatizar a experiência de leitura do texto em seu novo contexto e suavizar a opressão racial imposta aos escravizados no Brasil, tal como foi retratada na obra de D’Salete.
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