A Tradução racial de Tante Rose como Exu: Signifyin(g) pós-colonial no romance Ilha Sob o Mar de Isabel Allende

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17533/udea.mut.18504

Palavras-chave:

Eshu, Signifyin(g), entre-lugar, hibridismo, fluidez, resistência

Resumo

O artigo transforma a Signifyin(g) literária (Gates, 1988) na metáfora das modalidades racial e lingual de traduzir pelas quais passa Tante Rose em A Ilha sob o Mar, de Isabel Allende (2010). Gates utiliza Exu para representar a Signifyin(g) como símbolo do diálogo entre sujeitos e textos. Por meio da tradução racial, a escrava e curandeira Tante Rose faz com que os mundos negro e branco conversem,  compartilhando seus conhecimentos espirituais e medicinais com o grupo escravo de Zarité e os amigos do branco Parmentier. A tomada do "entre-lugar" entre os dois lados raciais faz com que ela ocupe a posição medial, ou seja, "a fronteira dos diaspóricos, dos migrantes, dos refugiados", localização que garante a ela "uma intersubjetividade insurgente que é interdisciplinar" (Bhabha, 1998: 315). A posição medial entre o texto fonte e o alvo brasileiro de A Ilha Sob o Mar (2010) nos permite  enxergar na Signifyin(g) lingual "as  misturas complexas e polifônicos do doméstico e do estrangeiro, do familiar e do estranho, da alteridade e da subjetividade" (KRUGER, 2009: p. 174). A fluidez e a resistência, também (Landers, 2001).

|Resumo
= 217 veces | PDF (ESPAÑOL (ESPAÑA))
= 168 veces| | ARTIGO COMPLETO (ESPAÑOL (ESPAÑA))
= 0 veces|

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

José Endoença Martins, Educogitans, FURB

Doutorado em Literatura Afro-Americana (2002) e em Estudos de Tradução (2013), pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Referências

Allende, I.( 2009). La isla bajo el mar. Buenos Aires: Sudamericana.

Allende, I.(2010). Island beneath the sea. Translated by Margaret Sayers Peden. New York: Harper.

Allende, I.(2010). A ilha sob o mar. Tradução de Ernani Ssó. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil

Allende, I. (2011). L’île sous la mer. Traduit par Nelly et Alex Lhermillier. Paris : Bernard Grasset.

Césaire, A. (1969). Une Tempête. Paris : Éditions de Seuil.

Chesterman, A. (1997) Memes of Translation: The Spread of Ideas in Translation Theory. Amsterdam: John Benjamins Publishing Company.

Deleuze, G.; Guattarii, F. (1986). Kafka: Towards a Minor Literature. Minneapolis: University of Minnesota Press.

Deleuze, G.; Guattarii, F. (1975) Kafka: Pour une Littérature Mineure. Paris: Les Editions de Minuit.

Fanon, Frantz. (2009). Los condenados de la tierra. Traducido por Julieta Campos. Buenos Aires: Fondo de cultura económica.

Ferreira, R. F. (2004). Afro-Descendente: Identidade em Construção. São Paulo: EDUC; Rio de Janeiro: Pallas.

Gates, H. Jr (1988). The Signifying Monkey: A Threory of African-American Literary Criticism. Oxford: Oxford University Press.

Hall, Stuart. (1992). The question of cultural I dentity. In: Hall, Stuart, Held, David & Mcgrew, Tony (eds.). Modernity and its future. Cambridge: Polity Press, pp. 273- 316.

Memmi, A. (2007) Retrato do colonizado precedido de retrato do colonizador. Tradução Marcelo Jacques de Moraes. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

Retamar, R. (2003). Todo Caliban. San Juan: Ediciones Callejón.

Robins, K. (1991). Tradition and translation: national culture in its global context. In: Corner, John & Harvey, Sylvia (eds.). Enterprise and heritage: crosscurrents of national culture. London: Routledge, pp. 21-44.

Rose, Marilyn Gaddis. (1997). Translation and Literary Criticism: translation as analysis. Manchester: St. Jerome Publishing.

Shakespeare, W. (1994). The Tempest. London: Wordsworth Classics.

Shakespeare, W. (2000). La Tempestad. Traducción de Guadalupe de la Torre. Buenos Aires: Errepar-Longseller.

TYSON, L. (2001) Learning for a diverse world. London: Routledge.

TYSON, L. (1999) Critical Theory Today: A User-Friendly Guide. London: Garland Publishing, Inc.

VENUTI, L. (1998) The Scandals of Translation: Towards an Ethics of Difference. New York: Routledge.

WEST, C. (1993). Keeping Faith: Philosophy and Race in America. New York: Routledge.

Publicado

2014-02-17

Como Citar

Martins, J. E. (2014). A Tradução racial de Tante Rose como Exu: Signifyin(g) pós-colonial no romance Ilha Sob o Mar de Isabel Allende. Mutatis Mutandis. Revista Latinoamericana De Traducción, 7(1), 141–167. https://doi.org/10.17533/udea.mut.18504

Edição

Seção

Artigos de pesquisa