Chamada de trabalhos para a edição especial "Decolonialidade e Ensino-aprendizagem de Inglês (ELT): o Sul responde"

2021-10-01

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Editoras:

Carmen Helena Guerrero Nieto
Universidade Distrital Francisco José de Caldas, Bogotá, Colômbia.
https://orcid.org/0000-0003-4011-788X

Clarissa Menezes Jordão
Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Brasil.
https://orcid.org/0000-0003-3558-5603

Gabriela Veronelli
Centro de Estudos Globais e Ciências Humanas, Duke University, Carolina do Norte, Estados Unidos.
https://orcid.org/0000-0001-7869-1057

A virada decolonial se deu no campo das ciências sociais e humanas há cerca de 30 anos, mas apenas recentemente parece ter entrado nos debates sobre o ensino-aprendizagem de inglês. O aumento significativo de trabalhos de pesquisa com abordagens decoloniais voltadas ao ensino-aprendizagem de inglês (ELT) parece uma consequência natural da implementação das chamadas “políticas bilíngues” em todo o continente latino-americano, por exemplo, nas quais “bilíngue” basicamente significa inglês. Outra tendência recente na América Latina tem sido a internacionalização da educação, especialmente do ensino superior, um movimento que também parece colocar o inglês como meio de instrução como se fosse “uma opção natural” a ser tomada.

Porém, sabendo que a educação é sempre política, muitas pessoas envolvidas com pesquisa e ELT no Sul Global têm levantado suas vozes para mostrar as várias maneiras pelas quais as políticas linguísticas tendem a privilegiar o inglês sobre outras línguas (modernas ou indígenas), e como diferentes aspectos do campo do ensino-aprendizagem de inglês (incluindo formação de professoras e professores) têm sido fundamentais para facilitar, encorajar e perpetuar ELT enquanto uma prática colonial. A proposta de decolonialidade no ensino-aprendizagem de inglês no Sul Global não é, portanto, um simples modismo, mas um projeto político que busca identificar e desvincular tais práticas de sua orientação moderna/colonial, bem como interromper sua violência.

A emergência de diversos programas de pós-graduação em linguística aplicada, periódicos avaliados por pares, congressos nacionais e regionais organizados por universidades e associações de professores de inglês (como a ASOCOPI, na Colômbia)  representam cenários onde pessoas que pesquisam, educam e trabalham com a língua inglesa no Sul Global têm trazido ao conhecimento público suas perspectivas sobre a decolonialidade no ensino-aprendizagem de inglês em seus contextos.

Esta edição especial visa reunir vozes deste Sul Global em uma tentativa de mapear e difundir as maneiras pelas quais os profissionais em ELT estão construindo sentidos para uma opção decolonial.

Convidamos as pessoas interessadas a enviarem seus artigos de pesquisa, estudos de caso, artigos teóricos e/ou metodológicos que partam de uma postura crítica e reflexiva, visando a identificar e questionar a colonialidade do inglês no Sul Global, para que participem desse número especial da Revista Íkala. Com ele esperamos intensificar nossos movimentos em direção à interrupção da violência da modernidade/colonialidade na presença e nas práticas envolvendo a língua inglesa em nossas ontoepistemologias.

A seguir sugerimos alguns temas que acreditamos possam ser abordados dentro de uma perspectiva decolonial (em termos gerais):

  1. Imperialismo linguístico e o(s) papel(is) do inglês na internacionalização do ensino superior: globalização, padronização, mobilidade.
  2. Bilinguismo, multilinguismo, translinguismo e normatividade no ensino-aprendizagem do inglês.
  3. Aprendizagem Integrada de Língua e Conteúdo (CLIL) e/ou Inglês como Meio de Instrução (EMI).
  4. A preferência por “falantes nativos” e suas implicações para políticas de ensino do inglês no Sul Global.
  5. A identidade da pessoa que ensina inglês como língua estrangeira (EFL), colonialismo e/ou colonialidade (internos e externos).
  6. Concepções de língua e seu impacto no ensino-aprendizagem do inglês.
  7. A (de)colonialidade na formação docente na área de línguas/linguagens.

 

Especificações para as propostas iniciais (resumos):

As propostas podem se inscrever em diversos enfoques, como metodológicos, práticos e teóricos ou numa combinação entre eles.

Receberemos submissões em inglês, espanhol, e português, ou em movimentos de translinguismo entre estas línguas e outras línguas locais. Neste caso, sugerimos que os movimentos translíngues sejam explicitados nos textos, em notas de rodapé por exemplo, de maneira que o público leitor tenha uma compreensão mais explícita de sua intenção.

Os resumos das propostas devem trazer título, nome(s) de quem as assina, instituição e o correio eletrônico, assim como o resumo em si e uma curta lista de referências. As propostas devem ter entre 300-500 palavras, sem contar as referências, e devem encaminhadas pelo correio eletrônico à revistaikala@udea.edu.co, especificando no assunto: “Decolonialidade e ELT: o Sul responde” até o dia primeiro de dezembro de 2021.

Datas importantes para este número especial

Atividade

Data

Submissão de propostas (resumos)

Até o 1 de dezembro de 2021 à revistaikala@udea.edu.co

Notificação de aceitação ou rejeição de propostas (resumos)

22 de dezembro, 2021

Submissão do manuscrito completo pelo sistema de periódicos da Íkala

1 de março, 2022

Avaliação por pares

2 de março a 1 de maio, 2022

Revisões dos autores, autoras ou autorus e segunda avaliação, se necessário

2 de maio a 1 de junho, 2022

Edição e design

2 de junho a 31 de agosto, 2022

Publicação

1 de setembro, 2022

 

Os artigos aceitos para publicação deverão cumprir todas as instruções para submissão, que podem ser consultadas aqui.

As propostas serão avaliadas inicialmente segundo critérios de inovação, pertinência e alinhamento com o tópico da edição especial. As propostas selecionadas deverão ser enviadas em formato completo (entre 8.000 e 8.500 palavras, incluindo o resumo e as referências) pelo sistema da Revista Íkala. Estes serão submetidos a uma segunda etapa do processo, a avaliação por pares, e só serão publicados os manuscritos aprovados nessa etapa de avaliação. A qualidade do manuscrito e os comentários dos pares são fatores decisivos para a aceitação do artigo e sua publicação.

Para quaisquer dúvidas sobre o conteúdo ou o formato desta edição especial, contate-nos pelo email revistaikala@udea.edu.co