Desafios éticos e metodológicos em pesquisas sobre letramento do professor: provocações em busca de novos caminhos
DOI:
https://doi.org/10.17533/udea.ikala.v24n02a08Palavras-chave:
ética em pesquisa, metodologia, letramento, linguística aplicadaResumo
Nosso objetivo é realizar um ensaio para discutir sobre os desafios éticos e metodológicos em pesquisas realizadas na área dos Estudos de Letramento, no campo da Linguística Aplicada, com base no desenho de pesquisas realizadas no Grupo Letramento do Professor. Preocupado com a perspectiva ética no fazer investigativo, o campo dos Estudos de Letramento, em mais de duas décadas, tem se orientado a compreender e atuar em cenários nos quais a escrita (re)instaura tensões e conflitos que historicamente marginalizaram um grande contingente das populações latino-americanas. Na discussão dos aspectos éticos das pesquisas sobre letramento e formação do professor, destacamos a importância da visibilização das relações de poder em cenários desiguais de modo a contribuir para o fortalecimento de grupos sociais minoritarizados ou subalternizados, como professores em formação e, com isso, repensar o papel do pesquisador ao escolher investigar tais grupos.
Downloads
Referências
Barton, D.; Hamilton, M. (2000). Literacy practices. Em D. Barton, M. Hamilton e R. Ivanic, Situated literacies: Reading and writing in context. Lôndres e Nova Iorque: Routledge.
Bazarim, M. (2008). Metodologias de pesquisa aplicadas ao contexto de ensinoaprendizagem de línguas. Congresso Nacional de Lingüística e Filologia, 12, 93-102, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Cardoso, M. (2013). Etnografia entre “éticas”: ética e pesquisa com populações indígenas. Em C. Sarti, L. F. D. Duarti (Orgs.), Antropologia e ética: desafios para a regulamentação (pp. 131-171). Brasília: ABA.
Celani, M. A. A. (1992). Afinal, o que é Linguística Aplicada? Em M. S. Z. Paschoal, M. A. A. Celani, (Orgs.), Linguística Aplicada: da aplicação da linguística à linguística transdisciplinar (pp. 15-23). São Paulo: EDUC.
Erickson, F. (1990). Qualitative methods. Em L. Linn Robert L. Linn e Frederick Erickson (Orgs.), Qualitative methods (vol. 2). Nova Iorque: Macmillan.
Fabrício, B. F. (2006). Lingüística Aplicada como espaço de desaprendizagem: redescrições em curso. Em L. P. Moita-Lopes, (Org.), Por uma Linguística Aplicada indisciplinar. São Paulo: Parábola Editorial.
Garcez, P. M. (2015). Regulamentação ética em pesquisa com seres humanos específica para as Ciências Humanas e Sociais no âmbito do Ministério da Saúde do Brasil: descaso, desconhecimento, confronto, diálogo e ruptura. Disponível em: <http://anpoll.org.br/portal/wp-content/uploads/2015/03/Garcez-p-ANPOLL-%C3%A9tica-em-pesquisa-05.03.15.pdf>>
Garcez, P. M. e Schulz, L. (2015). Olhares circunstanciados: etnografia da linguagem e pesquisa em Linguística Aplicada no Brasil. DELTA, 31-especial, 1-34. https://doi.org/10.1590/0102-445093806057590158
Heath, S. B. (1982). What no bedtime story means: narrative skills at home and school. Language and Society, (11), 49-76. https://doi.org/10.1017/S0047404500009039
Kleiman, A. (1992). O ensino de línguas no Brasil. Em A. A. Celani e M. Z. Paschoal, (Orgs.), Lingüística Aplicada: da aplicação da lingüística à lingüística transdiciplinar (pp. 25-36). São Paulo, S. P.: Cortez.
Kleiman, A. (1995). Modelos de letramento e as práticas de alfabetização na escola. Em A. Kleiman, Os significados do letramento. Campinas, SP: Mercado de Letras.
Kleiman, A. (2002). A interface de questões éticas e metodológicas na pesquisa em Linguística Aplicada. Em D. E. G. Da Silva, e J. A. Vieira, (Orgs.), Análise do discurso: percursos teóricos e metodológicos (pp. 187-202). Brasília: UNB, Plano.
Kleiman, A. (2006). Professores e agentes de letramento: identidade e posicionamento social. Revista Filologia e Linguística Portuguesa, (8), São Paulo. https://doi.org/10.11606/issn.2176-9419.v0i8p409-424
Kleiman, A. (2009). Projetos dentro de projetos: ensino-aprendizagem da escrita na formação de professores de nível universitário e de outros agentes de letramento. Scripta, 13(24), 17-30.
Kleiman, A. (2013). Agenda de pesquisa e ação em Linguística Aplicada: problematizações. Em L. P. Moita Lopes, Linguística Aplicada na modernidade recente:
festschrift para Antonieta Celani. São Paulo: Parábola.
Kleiman, A., Vianna, C., e De Grande, P. B. (2013). “Sem querer ir contra pessoas tão ilustres...”: construção e negociação identitárias do professor entre discursos de (des)legitimação. Scripta, 17(32).
Kleiman, A. e De Grande, P. B. (2015). Interseções entre a linguística aplicada e os estudos de letramento: desenhos transdisciplinares, éticos e críticos de pesquisa. Matraga, 22(36). https://doi.org/10.12957/matraga.2015.17045
Moita Lopes, L. P. (Pesquisa interpretativista em Lingüística Aplicada: a linguagem como condição e solução. Delta, 10(2), 329-338.
Moita Lopes, L. P. (2006). Uma Linguística Aplicada mestiça e ideológica. Interrogando o campo aplicado como linguista aplicado. Em L. P. Moita Lopes (Org.), Por uma Linguística Aplicada indisciplinar. São Paulo: Parábola.
Paiva, V. L. M. (2005). Reflexões sobre ética e pesquisa. Rev. Brasileira de Linguística Aplicada, 5(1), 45-61. https://doi.org/10.1590/S1984-63982005000100003
Rojo, R. (2013). Caminhos para a LA: política linguística, política e globalização. Em C. Nicolaides, K. A. Silva, R. Tilio e C. Hilsdorf, (Orgs.), Política e políticas linguísticas. Campinas, SP: Pontes.
Sarti, C., Duarti, L. F. D. (Orgs.) (2013). Antropologia e ética: desafios para a regulamentação. Brasília: ABA.
Souza, A. L. S. (2010). Letramentos de reexistência: culturas e identidades no movimento hip-hop. Tese de doutorado, Linguística Aplicada, Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas, Campinas.
Street, B. (1984). Literacy in theory and practice. Cambridge: Cambridge University Press.
Street, B. (1993). The new literacy studies. Em B. Street (Org.), Cross-cultural approaches to literacy. Cambridge: Cambridge University Press.
Tardif, M. (2003). Saberes docentes e formação profissional (3.a ed). Petrópolis, RJ: Vozes.
Valsechi, M. C., Sito, L. S., De Grande, P. B., Pereira, S. L., Vianna, C. S. D. (2014). Legitimação dos participantes e rompimento de assimetrias: contribuições do grupo letramento do professor para o campo dos estudos de letramento. Em Anais do 5º Colóquio Internacional Letramento e Cultura Escrita. Belo Horizonte, MG.
Valsechi, M. C. (2016). Afinal, o que é o estágio supervisionado? De labirinto a entrelugar: o estágio proposto pela universidade na visão dos estagiários. Tese de doutorado. Linguística Aplicada, Instituto de Estudos da Linguagem. Universidade Estadual de Campinas, Campinas.
Volochinov, V. N. ([1929]2002). Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec.
Vóvio, C. L., Souza, A. L. S. (2005). Desafios metodológicos em pesquisas sobre letramento. Em A. Kleiman, M. L. Matencio, (Orgs.). Letramento e formação do professor: práticas discursivas, representações e construção do saber (pp. 41-64). Campinas: Mercado de Letras.
Vóvio, C. L. (2007). Entre discursos: sentidos, práticas e identidades leitoras de alfabetizadores de jovens e adultos. Tese de doutorado, Linguística Aplicada. Instituto de Estudos da Linguagem. Universidade Estadual de Campinas, Campinas.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2019 Íkala

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.